Novo horizonte tecnológico na construção

23 de março de 2010

Novo horizonte tecnológico na construção

Novo horizonte tecnológico na construção 150 150 Cimento Itambé

Investimento em pesquisa, intercâmbio e inovação faz surgir um novo modelo para a construção civil brasileira

A busca de intercâmbio na construção civil brasileira é um acontecimento relativamente recente. O marco é 1996, quando o governo federal criou o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat). O instrumento nasceu com metas claras: melhorar a qualidade do habitat e agregar tecnologia à cadeia produtiva do setor. A partir daí foi que as empresas acordaram para a necessidade de fomentar seus colaboradores a trocar conhecimento e a investir em inovação.

O PBQP-H envolveu um conjunto de ações que estimularam uma reviravolta na construção civil, antes considerada excessivamente artesanal. Passados 14 anos da implantação do programa, o setor hoje coleciona avanços que vão desde a qualidade dos materiais até a qualificação de mão de obra, passando por normalização técnica, capacitação de laboratórios e a incorporação de tecnologias inovadoras.

Indústria do cimento e do concreto

Um dos vértices da cadeia produtiva da construção civil que mais ganhou com o investimento em pesquisa, intercâmbio e tecnologia foi a indústria do concreto. Segundo o consultor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), Marcos Kahtalian, o Brasil atualmente é referência mundial em pesquisa em concreto. “O setor hoje produz um material de qualidade indiscutível. Por quê? Porque houve investimento em pesquisa e na evolução dos materiais, como o cimento, por exemplo.”

Para Kahtalian, a indústria cimenteira se posiciona, dentro da cadeia produtiva da construção civil, entre as líderes em destinação de recursos para a pesquisa. “É um setor que compete de igual para igual com a metalurgia, a cerâmica e a indústria de plásticos e PVC. São os que mais agregam inovação à construção civil”, diz.

A entrada no mercado brasileiro de construtoras estrangeiras, como a norte-americana CH2MHill, que chega ao país para prospectar negócios em geração de energia, petroquímica e infraestrutura de portos e aeroportos, também estimula o setor a buscar intercâmbio. “Quem hoje não investir em procurement internacional (aquisição de tecnologias fora do Brasil) vai ficar para trás”, atesta Maurício Vizeu de Castro, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Método Engenharia, uma das principais construtoras de São Paulo, e que recentemente tornou-se parceira da CH2MHill.

Programas do governo federal estimulam a construção civil a agregar pesquisa, intercâmbio e inovação

Minha Casa, Minha Vida

Através do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, o governo federal lançou em março mais um incentivo ao aprimoramento da construção civil. Acordo entre Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal pretendem assegurar mais qualidade e tecnologia aos programas habitacionais e de infraestrutura.

O acordo, que também exige o atendimento dos materiais componentes e sistemas construtivos ao Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras (Siac) do PBQP-H, inclui obras do Programa Minha Casa, Minha Vida e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O Siac tem como objetivo avaliar, do nível A ao D, a conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços e obras, considerando as características específicas da atuação dessas empresas no setor da construção civil, e baseando-se na série de normas ISO 9000.

O objetivo é enquadrar as construções às normas do PBQP-H. No caso dos programas habitacionais, as empresas que contratarem serviços e empreendimentos junto à Caixa, cuja somatória seja de até 500 unidades habitacionais, deverão ter no mínimo nível D no PBQP-H e o prazo para atingir o nível A será de 24 meses.

Já as empresas que contratarem de 501 a 750 unidades habitacionais deverão ter, no mínimo, nível C, e têm 18 meses para chegar ao nível A. De 751 a 1000 unidades, nível B, e até 12 meses para chegar ao nível A. Já para as empresas, cuja somatória fique acima de 1000 unidades, as empresas terão que ter nível A, o mais elevado.

O acordo terá vigência de 12 meses. Para o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, a importância do acordo está em garantir a qualidade dos projetos nessa área e induzir as empresas incluídas no programa a aperfeiçoar, cada vez mais, seus projetos e suas práticas.

Emails dos entrevistados:

Marcos Kahtalian é professor de Marketing de Serviços da UniFAE – Centro Universitário e consultor do Sinduscon-PR: marcosk@swi.com.br

Método Engenharia: Assessoria de imprensa: carolina.braziel@metodo.com.br

Ministério das Cidades: Assessoria de imprensa: sonia.barbosa@cidades.gov.br

Jornalista Responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

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