Norma de desempenho aquece engenharia diagnóstica

17 de julho de 2013

Norma de desempenho aquece engenharia diagnóstica

Norma de desempenho aquece engenharia diagnóstica 1024 679 Cimento Itambé

Profissionais que tenham essa especialidade tendem a conquistar mais mercado, a partir da entrada em vigor da ABNT NBR 15575, no dia 19 de julho

Por: Altair Santos

Os requisitos da norma de desempenho – ABNT NBR 15575 -, que entrará em vigor dia 19 de julho de 2013, tendem a favorecer uma especialidade cada vez mais presente na construção civil: a engenharia diagnóstica. O profissional desta área tem como atribuições vistoriar, inspecionar, auditar, periciar e promover consultorias sobre normalização. Por isso, cabe a ele verificar se um empreendimento atende os índices mínimos, segundo parâmetros técnicos, de segurança, habitabilidade e sustentabilidade. “O profissional com essa especialização é quem faz o controle de qualidade de uma edificação predial”, resume Marco Antonio Gullo, diretor de cursos do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Engenharia diagnóstica: ela pode ser requisitada tanto na fase de projeto quanto após a conclusão da obra.

Outro fator que estimula a procura por especialistas em engenharia diagnóstica são as várias leis que têm sido aprovadas pelos municípios brasileiros, e que exigem inspeção predial. Essa demanda cresceu após desabamentos de edifícios, coberturas e marquises, que ganharam o noticiário nacional entre 2011 e 2012. “Isso desencadeou a busca por profissionais especializados em serviços diagnósticos e, por conseguinte, estes buscam cursos e publicações afins”, explica Marco Antonio Gullo, lembrando que é relevante que o especialista em engenharia diagnóstica tenha conhecimento jurídico, para que possa orientar seu cliente nas questões de direito do consumidor, responsabilidades construtivas e outras demandas judiciais.

Além de engenheiros civis, arquitetos e profissionais que atuam na área de gestão patrimonial imobiliária são os que mais procuram pela especialidade em engenharia diagnóstica. Organismos como os institutos de engenharia e o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE) estão entre os que costumam ministrar cursos. Dentro das universidades, a disciplina ainda é pouco relevante. “Nas escolas de engenharia, as prestações de serviço que dão apoio às obras de construção são pouco abordadas”, reconhece Marco Antonio Gullo, citando que o setor habitacional, seguido do segmento comercial, é o que mais demanda pelos profissionais com a qualificação em engenharia diagnóstica.

Marco Antonio Gullo: especialidade tem compromisso com a qualidade da obra.

Em países como Estados Unidos, Alemanha e também no Reino Unido, a engenharia diagnóstica já é ministrada como pós-graduação nas universidades. No Brasil, ainda funciona como uma especialização, com cursos que variam de 12 horas a um mês de carga horária. A expectativa do setor é que com legislações e normas mais rigorosas, a qualificação também seja aprimorada. Uma tendência é que a engenharia diagnóstica não se limite apenas à edificação, mas se estenda à linha de produção, ao longo de toda a cadeia da construção civil. Neste caso, fabricantes contratariam o profissional para dar resposta às questões conflitantes entre produto e consumidor. “A área de atuação só tende a ampliar”, avalia Marco Antonio Gullo.

 

 

Entrevistado
Marco Antonio Gullo, diretor de cursos do Instituto de Engenharia de São Paulo
Currículo
– Marco Antonio Gullo é graduado em engenharia civil, com pós-graduação em perícias de engenharia e avaliações e administração de empresas
– Possui cursos de extensão em patologias construtivas e avaliações de imóveis
– É diretor de cursos do Instituto de Engenharia de São Paulo e ex-coordenador da câmara técnica de perícias em edificações do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (IBAPE-SP)
– Atua ainda como assistente técnico em ações judiciais envolvendo perícias de engenharia
– Militante em reuniões da ABNT/CB02 (Comitê Brasileiro da Construção Civil da Associação Brasileira de Normas Técnicas) para elaboração das normas técnicas de Manutenção de Edificações, Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações (CE-02:140.01), Desempenho de Edificações (CE-02:136.01) e Inspeção Predial (CE-02:140.02), sendo relator dos estudos do I.E. (Instituto de Engenharia) na proposta de alteração da NBR-15575/Parte I (no processo de consulta nacional da ABNT)
Contatos: www.mgconsult.com.br / m.a.gullo@mgconsult.com.br / cursos@iengenharia.org.br
Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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