NASA testa “concreto espacial” criado por brasileiros

10 de janeiro de 2018

NASA testa “concreto espacial” criado por brasileiros

NASA testa “concreto espacial” criado por brasileiros 1024 680 Cimento Itambé

Material produzido por estudantes entre 12 e 13 anos, com assessoria de engenheiros, usa Cimento Portland e plástico triturado de garrafas PET

Concreto criado por estudantes brasileiros ficará de quatro a seis semanas em análise na ISS.

Concreto criado por estudantes brasileiros ficará de quatro a seis semanas em análise na ISS.

Adolescentes com idade entre 12 e 13 anos, matriculados no ensino fundamental de São Paulo-SP, venceram a 12ª edição do programa de experimentos espaciais para estudantes, promovido anualmente pelo governo dos Estados Unidos e pela NASA. Antes restrito a escolas dos Estados Unidos, pela primeira vez o concurso recebeu instituições de ensino de outros países. Além do Brasil, o Canadá também participou. Os vencedores são do grupo que reuniu alunos dos colégios Dante Alighieri, Projeto Âncora e escola municipal Perimetral e tiveram o apoio da Agência Espacial Brasileira.

Ao todo, 31 comunidades escolares – reunindo mais de um colégio por grupo e agregando 18.300 estudantes – participaram do concurso. Os brasileiros criaram um composto feito de Cimento Portland e pó de plástico verde (garrafas PET) que, misturado à água, permitiria construir estruturas sólidas em áreas com microgravidade, como a Lua. Batizado de “concreto espacial”, o experimento será aprimorado na Estação Espacial Internacional (ISS, do inglês International Space Station) e poderá fazer parte do projeto da NASA, que, a partir de 2030, pretende lançar uma missão para Marte, a partir de uma base lunar.

De 3 mil projetos elaborados pelos estudantes, 16 foram selecionados para a fase final. O concurso do programa de experimentos espaciais para estudantes é dividido em três categorias: universidades, ensino médio (high school) e ensino fundamental (middle school). O que a ISS irá testar no experimento brasileiro será o tempo de cura do concreto em condições espaciais. A pesquisa teve a orientação de professores e alunos da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. “É a primeira vez que uma comunidade fora da América do Norte teve aprovação no programa, e estamos muito animados com a oportunidade”, diz Lucas Fonseca, diretor da iniciativa no Brasil.

Outros projetos

O experimento brasileiro será lançado na próxima missão à ISS, em 2018. Desde 2006, quando a Missão Centenário levou à Estação Espacial Internacional o primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, estudantes brasileiros não têm a oportunidade de participar de pesquisas desta natureza. A bordo da ISS, a pesquisa brasileira será executada por um astronauta americano e, depois de quatro a seis semanas, será trazido de volta à Terra para análise dos resultados. Se os dados forem positivos, o “concreto espacial” poderá ser usado também na primeira missão lunar brasileira, com lançamento marcado para 2021. A intenção é de que, no espaço, o material atinja seu ponto de resistência máxima com menor tempo de cura do que o necessário na Terra.

A oportunidade tem sido comemorada pelas comunidades espaciais do país. “Para o Brasil, abre-se uma oportunidade gigantesca, uma chance de reviver a aliança com a ISS e, ao mesmo tempo, permitir que os Estados Unidos conheçam o outro lado do Brasil, talentoso, criativo e inovador, o que possibilitará a criação de novas parcerias entre as duas nações”, avalia Jefferson Michaelis, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Flórida, que foi quem abriu as portas para que o Brasil participasse pela primeira vez do programa norte-americano.

Entrevistados
Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP
(via assessoria de imprensa)
Câmara de Comércio Brasil-Flórida
(via assessoria de imprensa)

Contato
comunicacao@eesc.usp.br
info@brazilchamber.org

Crédito Foto: NASA

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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