Bridges 2015 destaca monitoramento de pontes via satélite

1 de abril de 2015

Bridges 2015 destaca monitoramento de pontes via satélite

Bridges 2015 destaca monitoramento de pontes via satélite 1024 630 Cimento Itambé

Tradicional congresso britânico mostra avanços para medir efeitos dos ventos, das marés e até da rotação do planeta sobre estruturas elevadas

Por: Altair Santos

O congresso internacional Bridges 2015, que aconteceu dia 25 de março de 2015, em Manchester, na Inglaterra, apresentou uma série de inovações em relação à construção e à manutenção de pontes. Entre os trabalhos mostrados por especialistas europeus e norte-americanos, o que mais chama a atenção é o que permite o monitoramento de estruturas elevadas via satélite.

Forth Road Bridge, na Escócia: ponte de 50 anos é a primeira a ser monitorada por satélite

O sistema já é realidade para pelo menos uma ponte: a Forth Bridge Road, na Escócia. Construída há mais de 50 anos, a obra é monitorada pela Agência Espacial Europeia (ESA, da sigla em inglês) desde setembro de 2014. Em parceria com a Universidade de Nottingham, um equipamento chamado GNSS & Earth Observation foi instalado nas estruturas da ponte, que é o principal acesso para quem vem do norte escocês para a capital Edimburgo. São quatro receptores GNSS de alta sensibilidade, e dois anemômetros, que conseguem captar até minúsculos movimentos.

Os sinais são transmitidos para o satélite Copernicus, que capta dados não apenas da ponte, mas também dos efeitos dos ventos, da maré e até da rotação da Terra sobre as estruturas da Forth Bridge Road. “Com base em nossas experiências com o Forth Bridge Road, descobrimos que o monitoramento via satélite é uma poderosa ferramenta para avaliar componentes de grandes estruturas”, disse Barry Colford, líder da GeoSHM Xiaolin Meng – empresa líder do consórcio que detém os direitos sobre a tecnologia.

Rumo à China
O pesquisador, que palestrou na Bridge 2015, disse estar impressionado com o potencial do equipamento. “Isso nos permite fechar a ponte em condições climáticas adversas, com base em informações precisas. Por exemplo, eu sabia que a ponte pode mover-se de forma significativa sob alta carga de vento, mas pela primeira vez soube que ela move-se 3,5 metros lateralmente e 1,83 metros verticalmente, sob velocidade do vento de 41 m/s. Assim, temos parâmetros precisos para emitir alarmes de segurança”, completa.

Conferência Bridges 2015 atraiu engenheiros especialistas em ponte, vindos de diversos países

O monitoramento da Forth Bridge Road também demoveu o governo escocês de pôr abaixo a velha estrutura e construir outra – mais moderna – em seu lugar. Os dados fornecidos pelo satélite comprovam que a ponte pênsil de 2,5 quilômetros, e com vão livre de 1.006 metros, suporta ainda mais algumas décadas de uso. A estrutura chega a suportar um tráfego de 2,5 milhões de veículos por mês. Durante sua construção, entre 1957 e 1964, ela recebeu 39 mil toneladas de aço e 125 mil m³ de concreto.

Com a comprovada precisão do GNSS & Earth Observation, o próximo passo será levar o sistema para algumas das mais longas pontes chinesas. “Vemos um enorme potencial para a implantação destes recursos espaciais neste tipo de monitoramento de estruturas mistas ou construídas apenas em concreto ou aço”, avalia Beatrice Barresi, engenheira de telecomunicações da ESA, que também falou sobre a tecnologia na Bridges 2015.

 

Entrevistado
Assessoria de imprensa da Bridges 2015 (via e-mail)

Contatos
conferences@hgluk.com
info@forthroadbridge.org

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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