Artefatos de cimento ajudam a revitalizar trens regionais

14 de setembro de 2011

Artefatos de cimento ajudam a revitalizar trens regionais

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Dormentes de concreto e estações construídas em pré-moldado integram projetos de ferrovias que vão revitalizar o transporte público entre cidades de médio porte

Por: Altair Santos

O Brasil tem atualmente uma malha ferroviária de 28.831 quilômetros, mas apenas 10.930 são explorados. Parte dos trechos desativados liga cidades de porte médio ou grandes metrópoles a municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes. São regiões que sofrem com os gargalos do transporte público, o que levou o governo federal a promover um estudo de viabilidade para reativar 14 linhas de trens regionais, capazes de atender 70 milhões de passageiros por ano.

Afonso Carneiro Filho, diretor do departamento de relações institucionais do Ministério dos Transportes: “Dá para utilizar uma série de artefatos advindos do cimento, de acordo com o projeto da ferrovia”

Os projetos encontram-se no ministério dos Transportes e a região sul deverá ser a primeira contemplada. “Esses estudos estão em fase final de execução e foram desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com o apoio da empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). No momento, estamos aguardando as respostas aos comentários e às observações que fizemos, para que o plano tenha prosseguimento”, explica Afonso Carneiro Filho, diretor do departamento de relações institucionais do Ministério dos Transportes.

Os trechos com as melhores viabilidades para dar início ao projeto são Caxias do Sul-Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, e Londrina-Maringá, no Paraná, por contarem com a contrapartida dos governos estaduais e municipais. O custo para a implantação destas linhas e das outras 12 em estudo está estimado em R$ 5 bilhões. Haverá um misto de construção de ferrovias novas com o reaproveitamento de antigas. Neste caso, a tecnologia do concreto pré-moldado será relevante para a reativação dessas ferrovias.

Segundo Afonso Carneiro Filho, não se pode imaginar atualmente uma ferrovia sem a parceria com o concreto. “Os artefatos de cimento estão presentes desde o dormente até a montagem de novas estações. Hoje, todas as estações de trem, VLT (veículo leve sobre trilhos) e de metrô são em pré-fabricado”, explica, completando que a tecnologia do concreto também é condizente com as características dos trens que serão utilizados nas ferrovias regionais. “São trens novos, tipo metrô, que não têm locomotiva, mas vagões autopropulsados e que desenvolvem velocidade média de 80 km/h.”

As ferrovias regionais em estudo têm entre 60 quilômetros e 200 quilômetros de um ponto a outro. Além da Caxias-Bento Gonçalves e Londrina-Maringá, os outros 12 trechos são:
Pelotas-Rio Grande, no Rio Grande do Sul
Itajaí-Rio do Sul, em Santa Catarina
São Paulo-Itapetininga, em São Paulo
Campinas-Araraquara, em São Paulo
Santa Cruz-Itaguaí- Mangaratiba, no Rio de Janeiro
Macaé-Campos, no Rio de Janeiro
Belo Horizonte-Conselheiro Lafayette – Ouro Preto, em Minas Gerais
Bocaiúva- Montes Claros- Janaúba, em Minas Gerais
Conceição da Feira-Salvador-Alagoinha, na Bahia
São Cristovão-Aracajú-Laranjeiras, em Sergipe
Recife-Caruaru, em Pernambuco
Teresina (Piauí)-Codó (Maranhão)

Parceria
No caso dos trechos Caxias-Bento Gonçalves e Londrina-Maringá, as novas linhas tendem a ser construídas em parceria entre a Trensurb e a Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) – única operadora de ferrovia pública para o transporte de carga do país. As duas empresas já constituíram um grupo técnico, englobando também as universidades estaduais de Londrina e Maringá, para a formulação de uma matriz origem-destino. A intenção, no caso do trem regional ligando o norte e o noroeste do Paraná, é que a distância tenha 125 quilômetros e percorra 13 municípios da região.

Link relacionado
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Entrevistado
Afonso Carneiro Filho, diretor do departamento de relações institucionais do ministério dos Transportes
Currículo

– Graduado em engenharia elétrica pela Universidade Católica de Petrópolis (1978)
– Na recente reforma administrativa ocorrida no ministério dos Transportes, assumiu a direção do departamento de relações institucionais da secretaria de política nacional de transportes, ficando responsável pelas articulações setoriais e intermodais do setor
Contato: afonso.carneiro@transportes.gov.br

Créditos Fotos: J.Freitas/Ministério dos Transportes/ Divulgação/Trensurb-RS/ Google Earth

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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