Brasil carece de gestão habitacional

Especialista em conforto ambiental defende que é hora de valorizar o habitante e não só o aspecto econômico das obras

Especialista em conforto ambiental defende que é hora de valorizar o habitante e não só o aspecto econômico das obras

Na casa, os banheiros e a cozinha têm problemas de ventilação e luminosidade, o que torna os ambientes pouco saudáveis. O pé direito é baixo e gera superaquecimento em dias quentes, além de amplificar os ruídos. No apartamento, é possível escutar o barulho do elevador, estando na sala, ou, do quarto, ouvir o som da televisão do vizinho.

Você já frequentou residências com essas características? Se a resposta for sim, você já sentiu na prática como projetos que ignoram o conforto ambiental podem trazer transtornos aos moradores.

Cláudia Barroso-Krause: propondo um modelo de gestão habitacional.
Cláudia Barroso-Krause

Para a professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), titular da cadeira de Conforto Ambiental, Cláudia Barroso-Krause, esses sintomas ocasionados por habitações mal projetadas são os mais leves que podem ocorrer. Ela relata que há casos em que os moradores adquirem doenças crônicas por causa das construções. “É comum habitações com problemas de luminosidade influenciarem na perda de qualidade de aprendizado de crianças ou trazerem problemas respiratórios ou relacionados ao sono”, exemplifica.

Para evitar problemas aos habitantes, Claudia Barroso-Krause defende que o Brasil adote um modelo de gestão habitacional baseado em conforto ambiental. Segundo ela, o foco único no aspecto econômico da construção gerou projetos ineficientes do ponto de vista de conforto ambiental, sobretudo a partir da década de 1980. “Até a década de 1960, 1970, as casas tinham espaços amplos, pé direito alto. Agora, por uma questão de custo e por falta de consciência de muitas construtoras, a individualidade do morador ficou prejudicada. Os projetos ficaram cada vez mais ‘empilhantes’”, diz.

Barroso-Krause defende que prevaleça um novo modelo de gestão, em que se valorize o usuário. “É preciso, talvez, separar as habitações segundo o público a que se destinam, o rigor do clima em que se inserem e retomar a relação entre construtor e cliente/usuário. E isso, é bom que se diga, não onera em nada a construção e nem vai causar ruído entre arquitetos e engenheiros. Basta que a concepção do projeto seja bem feita”, avalia.

Em sua tese, de que o Brasil precisa ter um modelo de gestão habitacional, a especialista avalia que ela pode se tornar real a partir do programa Minha Casa, Minha Vida. Cláudia Barroso-Krause entende que a Caixa Econômica Federal tem se empenhado em exigir questões básicas do conforto ambiental e de eficiência energética nos projetos para os quais libera financiamento. Ela avalia ainda que sistemas construtivos modernos também começam a ir nesta direção. “A partir do momento em que a sustentabilidade é levada em conta durante a construção, significa que o conforto ambiental já está inserido na obra”, define.

Texto complementar
Sete mandamentos do conforto ambiental
Quando for usufruir de um imóvel, verifique se:
* Cozinha e banheiro têm ventilação e luminosidade
* Quartos permitem acesso da luz do Sol
* Paredes filtram ruídos externos
* Pé-direito é acima de 2,20m
* Áreas comuns do condomínio não interferem na privacidade da habitação
* Não há infiltrações ou vazamentos
* Área útil é compatível com número de pessoas que vão ocupar a habitação

Entrevistada: Cláudia Barroso-Krause: barroso.krause@gmail.com
Site da entrevistada: www.proarq.fau.ufrj.br/pesquisa/gpas

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