Nova York quer voltar a ter o maior prédio do mundo
Projetado por um escritório grego de arquitetura, principal desafio do Big Bend não está na estrutura nem na fachada, mas nos elevadores
Projetado por um escritório grego de arquitetura, principal desafio do Big Bend não está na estrutura nem na fachada, mas nos elevadores
Por: Altair Santos
O projeto Big Bend (Grande Curva), idealizado pelo escritório de arquitetura Oiio, pretende voltar a fazer de Nova York a cidade com o maior edifício do mundo. Não em altura, mas em comprimento. O conceito é erguer duas torres de quase 600 metros de altura cada uma, interligadas por um arco, formando um “U” invertido. Segundo o projeto, a extensão da obra alcançará 1.219 metros, superando o Burj Khalifa, em Dubai (Emirados Árabes), que mede 879 metros e é atualmente o prédio mais alto do mundo.
A área para construir o Big Bend já está reservada e localiza-se ao sul do Central Park, uma das localidades de Manhattan com o m² mais caro do mundo: a 57th Street. O arranha-céu vai ocupar dois terrenos na região conhecida como Billionaires’ Row. Esse é o nome que o mercado imobiliário de Nova York deu ao conjunto de edifícios residenciais e corporativos ultra-luxuosos que já foram construídos ou serão erguidos naquela região de NY.
O Big Bend será vizinho do One 57 (306 metros), concluído em 2014; do Central Park Tower (478 metros), em construção; do 111 West 57th Street (438 metros), em construção, e do Trump Tower (202 metros), inaugurado em 1984. Nenhum projeto, porém, agrega os conceitos incorporados pelo arquiteto grego Ioannis Oikonomou ao Big Bend. A começar pela área em que será empreendido. O edifício vai ocupar dois terrenos que estão ao lado de um prédio já construído.
Regras de zoneamento de NY
O escritório Oiio, que tem sede na Grécia, explica que a razão do projeto é para se adequar às leis de zoneamento da cidade de Nova York. “Há grandes restrições e a solução é maximizar a altura. Mas nossa área não permitia uma estrutura tão alta. Foi aí que pensamos: e se substituíssemos a altura pelo comprimento? Já que não podemos mudar as regras de zoneamento, podemos dobrar o projeto e criar um dos edifícios mais prestigiosos de Manhattan, que será também o prédio mais comprido do mundo”, diz Ioannis Oikonomou.
O desafio do Big Bend não está no projeto estrutural, que envolve a construção do arco interligando as duas torres. Muito menos na solução da fachada, que será toda envidraçada. O principal dilema foi resolver como os elevadores sairão de uma torre, percorrerão o arco e passarão para a outra torre, sem que o usuário tenha que fazer conexões ou sinta que está saindo de um percurso vertical – padrão dos elevadores – para uma trajetória em formato de parábola.
Com a tecnologia que está em desenvolvimento pela indústria fabricante de elevadores, os projetistas garantem que a solução já foi encontrada. “O que antes era considerado o maior desafio na história do elevador está finalmente se tornando realidade, ou seja, o equipamento poderá viajar em curvas, horizontalmente e em loops contínuos. O inovador sistema de mudança de rota permitirá a conexão das duas torres, através da parte superior do edifício”, comemoram. Alcançada essa solução, a expectativa é de que o canteiro de obras do Big Bend seja instalado em 2018 e que a obra seja concluída até 2022.
Entrevistado
Ioannis Oikonomou, do escritório de arquitetura Oiio (via assessoria de comunicação)
Contatos
info@oiio.gr
info@oiiostudio.com
www.oiiostudio.com
Crédito Fotos: Oiio
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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