Microcimento decorativo desafia revestimentos
Produto pode substituir cerâmicas e porcelanatos em piscinas e áreas úmidas de residências, com a vantagem de oferecer desempenho térmico
Produto pode substituir cerâmicas e porcelanatos em piscinas e áreas úmidas de residências, com a vantagem de oferecer desempenho térmico
Por: Altair Santos
Absolutos no mercado de revestimento, porcelanatos e cerâmicas ganharam um concorrente oriundo da Europa: o microcimento. O produto une elementos polímeros com material cimentício (cimento branco estrutural), criando uma pasta que é aplicada sobre paredes e pisos – sempre com espessura máxima de 3 milímetros. Instalada por mão de obra especializada, a fina camada adere sobre a superfície, gerando acabamento liso, brilhante e em cores que podem ir do branco a tons mais vivos, ou em sua pigmentação original: o cimento queimado.

Apresentado como produto inovador na 2ª Feira do Construtor, que aconteceu em Curitiba-PR, de 29 a 31 de julho, a palestra sobre microcimento atraiu um bom número de decoradores de interior e arquitetos. A dúvida maior era quanto à resistência e as vantagens do produto, em relação a cerâmicas e porcelanatos. “O produto tem 100% de impermeabilidade, dispensa juntas de dilatação e rejuntes, o que elimina o risco de infiltrações, além de ter como característica única o desempenho térmico. Por ter polímeros em sua composição, ele não é frio como os tradicionais revestimentos usados em áreas úmidas”, destaca Ronaldo Martins dos Santos, sócio da Fullcover – empresa do Rio de Janeiro-RJ convidada pela feira para apresentar o microcimento ao mercado paranaense.
Custo elevado
Na Europa, o revestimento já está consolidado há mais de 10 anos. Em países como Portugal e Espanha, ele predomina na área interna das piscinas de concreto armado, substituindo as pastilhas, e em paredes internas para ajudar as casas e apartamentos a terem desempenho térmico durante o inverno. “Uma parede bem recoberta com microcimento, desde que a mão de obra seja qualificada e os produtos sejam de qualidade, suporta de cinco a dez anos sem manutenção”, resume Ronaldo Martins.

O microcimento funciona bem para revestir blocos de concreto e paredes de drywall. No caso dos elementos pré-fabricados, o produto exige que as peças tenham boa qualidade e estejam bem alinhadas. “Trabalhamos na Cidade Olímpica, com paredes de blocos de concreto muito bem construídas, e o resultado foi ótimo”, diz o especialista. No caso, o microcimento substituiu o reboco, criando uma camada de 2 milímetros sobre as peças pré-fabricadas e uma estrutura mais leve.
Apesar da versatilidade e das boas soluções que oferece, o microcimento tem um obstáculo a vencer, para se tornar de fato competitivo: o preço. Como parte de seus componentes é importada, o m² varia entre R$ 170 a R$ 300, já incluindo o custo da mão de obra.
Entrevistado
Engenheiro mecânico Ronaldo Martins dos Santos, sócio da Fullcover, empresa especializada em aplicação de microcimento

Contato: rms.74@bol.com.br
Crédito Foto: Divulgação/Fullcover/Cia. Cimento Itambé
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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