Mercado de máquinas para construção retrai quase 58%
Setor estima retração menor em 2016, mas está convicto de que a retomada acontecerá somente em 2017, com potencial de recuperação robusta em 2020
Setor estima retração menor em 2016, mas está convicto de que a retomada acontecerá somente em 2017, com potencial de recuperação robusta em 2020
Por: Altair Santos
O setor de máquinas para a construção civil fecha 2015 com retração 57,8% em relação a 2014. Os dados fazem parte do “Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção”. Este ano, foram comercializadas 26,5 mil unidades contra 62,8 mil no ano anterior. A desaceleração da economia brasileira é o principal fator para a queda nas vendas. “Precisaremos de retomada nos investimentos na área de infraestrutura para impulsionar nosso setor, que é sempre o primeiro a ser afetado quando há cortes governamentais, mas também um dos primeiros a retomar o crescimento no momento em que os governos voltam a investir”, afirma Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração).
Só a linha amarela (equipamentos para movimentação de terra), que costuma liderar o segmento de máquinas para a construção civil, sofreu redução de 50,2% em suas vendas, na comparação de 2015 com 2014. Neste ano, os equipamentos com menor retração, segundo o estudo Sobratema, foram as miniescavadeiras (23,7%) e as escavadeiras hidráulicas (39,6%). Já a categoria com maior queda foi a de motoniveladoras (86,6%). Também teve queda acentuada o setor de gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e tratores de pneus, que chegou a 61,1% em relação a 2014. Mais expressiva foi a redução nas vendas de caminhões rodoviários (64,4%) e de plataformas aéreas (75,5%).
Expectativa de recessão em 2016
O estudo de mercado da Sobratema também faz projeções para o próximo ano, cujas vendas devem seguir em retração, porém menor. De acordo com a análise de dados do consultor econômico Brian Nicholson, a expectativa é de uma queda de 2,1% em 2016. A linha amarela deverá apresentar redução de 3,7% na comercialização e os demais equipamentos de 1,7%. “Apesar da retração dos índices gerais, algumas famílias de equipamentos poderão alcançar resultados positivos, como os tratores de esteira, os compressores portáteis e os guindastes, que deverão obter com crescimento de 13,3%, 13,6% e 11,1%, respectivamente”, avalia Nicholson, para quem a perspectiva de retomada acontecerá somente em 2017, com potencial de recuperação robusta em 2020.
Para isso, alertam analistas econômicos, alguns fatores devem se concretizar ao longo dos próximos anos, como a eficácia do plano de ajuste econômico e das novas concessões, além da resolução da crise política. Um dos consultores ouvidos pela Sobratema foi o economista Maílson da Nóbrega – ex-ministro da Fazenda no período de 1988 a 1990. Segundo o especialista, 2016 ainda será de viés recessivo. “Neste momento, não há como sair da recessão. Ela foi determinada por eventos anteriores, particularmente por erros de política econômica e do intervencionismo governamental”, diagnostica, completando que o país tem instrumentos para reordenar sua economia.
Entrevistado
Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração – Sobratema (via assessoria de imprensa)
Contato: sobratema@sobratema.org.br
Crédito foto: Divulgação/EBC
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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