Impacto global da COVID-19 na construção é menor que o esperado
Federación Iberoamericana de Hormigón Premezclado avalia que perdas do setor estão em um patamar médio

Crédito: Banco de Imagens
O impacto da pandemia de Coronavírus na indústria global da construção civil causou recuo que varia entre 15% e 35%, no que se refere à atividade do setor. Em uma lista de 48 países, o menos afetado é a Irlanda, cuja produtividade regrediu 15%. Já a Grécia é a que mais acusa o golpe, com recuo beirando 35%. O Brasil está em uma posição intermediária, com queda de 25,5% na atividade da indústria da construção. Os dados foram passados pelo diretor-executivo da Federación Iberoamericana de Hormigón Premezclado (FIHP), Manuel Antonio Lascarro Mercado, em recente webinar.
O dirigente destacou que, apesar das perdas, o setor sofreu um impacto menor que o esperado em todo o mundo. “No começo, imaginava-se que os governos iriam decretar lockdown para todas as obras, mas isso, felizmente, não aconteceu. As medidas sanitárias nos canteiros preservam a atividade e diria que o impacto atual é médio”, avalia. O diretor-executivo da FIHP mostrou um gráfico em que a construção civil foi o segundo menos afetado pelas medidas emergenciais tomadas para combater a COVID-19 em todo o mundo.
Tomando como base os dados do G7 – as 7 maiores economias liberais do mundo, que são Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Itália e Canadá -, os serviços relacionados com turismo, entretenimento, gastronomia, viagens e hotelaria foram os mais impactados. Em seguida, vêm atacado e varejo, serviços, profissões liberais, serviços imobiliários, construção civil e transporte. Essa depressão global, segundo mostra Manuel Antonio Lascarro Mercado, pode causar o fechamento de 195 milhões de postos de trabalho em todo o mundo, com abrangência em todos os setores econômicos. Só nos Estados Unidos, o desemprego já atinge 20 milhões.
Estímulo à construção civil movimenta cadeia produtiva e compensa perdas em outros setores
Diante desse cenário, diretor-executivo da FIHP destaca a importância de os governos estimularem a construção civil, para que a cadeia produtiva que ela movimenta possa compensar as perdas geradas em outros segmentos. Manuel Antonio Lascarro Mercado elenca medidas que alguns países já estão adotando. A República Checa, por exemplo, reajustou os contratos das obras públicas em até 10% para fortalecer as empresas e estendeu os prazos em até 25%. A Alemanha simplificou os trâmites para pagar as obras em execução. Também estão surgindo fundos emergenciais para estimular e financiar obras de infraestrutura.
No Brasil, o governo federal estuda lançar o programa Pró-Brasil para estimular a construção civil, porém ainda não está consolidado. De qualquer forma, medidas são aguardadas pelo setor, haja vista que o nível de atividade atingiu o menor patamar da série histórica iniciada em 2010, como destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos. “O levantamento demonstra que as condições financeiras das empresas pioraram, revertendo a evolução positiva dos três trimestres anteriores. Diante da atual conjuntura, os empresários revelam queda acentuada de confiança e têm expectativas de baixo crescimento para os próximos meses”, conclui.
Assista ao webinar “Panorama del Sector Construcción frente a la crisis sanitaria del COVID-19” (cadastre-se para acessar)
Contato
mlascarro@asocreto.org.co
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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