Déficit de mão de obra afeta indústria de artefatos
Setor comemora crescimento, mas carece de cursos profissionalizantes para acompanhar avanço tecnológico dos equipamentos.
Setor comemora crescimento, mas carece de cursos profissionalizantes para acompanhar avanço tecnológico dos equipamentos
Por: Altair Santos
Para os gestores de indústrias de artefatos de cimento, o atual calcanhar de aquiles do setor está no limitado número de cursos de formação para qualificar profissionais que possam atuar tanto no chão da fábrica quanto na parte de gestão. Esse foi o foco da palestra que o empresário Dorival Fantinato concedeu no 6º Concrete Show South America, que ocorreu de 29 a 31 de agosto de 2012 em São Paulo. Desde 1972 atuando na área de equipamentos e pré-moldados, Fantinato hoje dá consultoria e desenvolve trabalhos técnicos para empresas que produzem blocos e pavers de cimento. Segundo ele, o aquecimento do setor destoa do nível de profissionalização. “Nacionalmente, a boa qualificação ainda não foi atingida e, ao meu ver, falta muito para atingirmos a excelência”, revela.
Como o setor de artefatos de cimento é bem normatizado, o produto final que chega ao consumidor é acompanhado, na maioria das vezes, de um ótimo controle de qualidade. Até porque, nos anos recentes, as indústrias que lideram o setor agregaram muita tecnologia em suas linhas de montagem. “Hoje, dentro das nossas condições tecnológicas, não deixamos nada a desejar com relação aos equipamentos importados. Pois além da constante inovação, também estamos fazendo parcerias com empresas internacionais, objetivando sempre a melhoria da qualidade dos nossos produtos”, afirma Fantinato, revelando que os maquinários estão cada vez mais sofisticados e, por isso, carecem de operadores também mais qualificados. “Controle touch screen e acesso remoto via internet já são realidade entre os equipamentos“, completa.
Dorival Fantinato entende que programas como Minha Casa, Minha Vida e PAC da Mobilidade aqueceram o setor. Atualmente, de acordo com os dados mais recentes do IBGE, há no Brasil 12,5 mil estabelecimentos dedicados à fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque. No entanto, o consultor avalia que ainda faltam tributos diferenciados para que o crescimento sustentável se consolide. Além disso, observa, a crise internacional tem gerado dificuldades aos empresários para a compra de novos equipamentos. “Os financiamentos bancários estão exigindo maiores garantias, atrapalhando um maior número de vendas”, analisa. Por isso, finaliza, eventos como o Concrete Show são importantes. “Eles possibilitam conhecer novos produtos e acompanhar as inovações”, conclui.
Entrevistado
Dorival Fantinato, consultor e palestrante voltado à gestão de fábricas de blocos e pisos intertravados à base de cimento
Currículo
– Dorival Fantinato atua na área de equipamentos e pré-moldados desde 1972
– É o fundador da Tprex, que opera desde 1992 e é voltada para a fabricação de equipamentos para fábricas de artefatos de cimento
– Desenvolve diversos trabalhos técnicos voltados à gestão de indústrias do setor de blocos e pisos intertravados
Contato: tprex@tprex.com.br
Créditos foto: Divulgação/Tprex
Jornalista Responsável: Altair Santos – MTB 2330
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