Construção civil vai ao “divã” para não repetir erros
No ConstruBR 2016, setor debate temas recorrentes, como investimentos em produtividade e construção industrializada, e também faz “mea culpa”
No ConstruBR 2016, setor debate temas recorrentes, como investimentos em produtividade e construção industrializada, e também faz “mea culpa”
Por: Altair Santos
No evento ConstruBR 2016, que aconteceu dias 14 e 15 de abril, na cidade de São Paulo, a construção civil nacional aproveitou para fazer “análise” de seus equívocos para corrigir a rota quando o país voltar a crescer. Promovido pelo SindusCon-SP, o encontro debateu temas recorrentes no setor, como produtividade e construção industrializada, mas com um outro viés, e acompanhado da seguinte pergunta: por que não houve o investimento necessário nesses avanços quando a construção civil experimentava forte crescimento, entre 2003 e 2013?
Ao ir ao “divã”, o setor buscou achar respostas que o ajudem a reencontrar o crescimento sustentável, com base em novas tecnologias, fim dos desperdícios e uma mão de obra mais qualificada. “Em algum momento vamos sair dessa situação e o setor precisa se preparar para isso, melhorando gestão, processos e qualificar a mão de obra”, disse o vice-presidente de economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan, ao apresentar o estudo “O desafio de elevar a produtividade da construção no Brasil”. Esse trabalho já foi tema de reportagem, sob o título Produtividade da construção civil brasileira decai. Resumidamente, a pesquisa mostra que a construção civil é, em média, 30% menos produtiva que outros segmentos da economia do país.
Zaidan lembrou que o Brasil tem características que freiam o aumento da produtividade, mas lembrou das responsabilidades do setor. “Sem organização, melhora na gestão e na qualificação de mão de obra esse quadro não se altera”, alertou. A afirmação foi reforçada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, que tratou da industrialização no canteiro de obras. “Os grandes vetores da produtividade estão em nossas mãos. Precisamos nos mobilizar melhor para que o assunto ganhe força”, completou.
Industrialização é caminho sem volta
Reforçando os benefícios dos processos de industrialização, o professor da Poli-USP, Ubiraci Espinelli, destacou o quanto a opção por pré-fabricados torna o processo mais rápido, econômico e sustentável. “O uso de pré-moldados não obriga que as construções sejam padronizadas ou sem diferencial criativo”, ressaltou, tendo sua opinião reforçada pelo vice-presidente de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP, Jorge Batlouni, que mediou o debate. “Essas discussões fortalecem a ideia de que a industrialização só traz benefícios para o setor”, asseverou.
Walter Cover resumiu o atual momento da construção civil nacional como “a necessidade de sair da área de conforto”. Ou, nos momentos atuais, zona de desconforto. “Tudo passa por investir em melhores processos de produção para readquirir competitividade. Quando melhorarmos a produtividade, consequentemente a competitividade irá melhorar também. Assim, sairemos da área de conforto e buscaremos novas oportunidades, transformando o mercado da construção civil”, opinou.
Com a participação da comunidade acadêmica, o ConstruBR 2016 procurou unir iniciativa privada e escolas de engenharia para buscar soluções novas para a construção civil brasileira. “Juntos, vamos repensar o setor e buscar caminhos para uma indústria produtiva e competitiva. Só assim poderemos deixar um legado melhor para as novas gerações, ajudando os estudantes de hoje a se transformarem em atores de sucesso no futuro”, afirma o diretor da Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Antonio Muscat. Finalizando, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, foi taxativo: “A nova realidade econômica impõe que sejam abertos novos caminhos.”
Entrevistados
José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP; Antonio Muscat, diretor da Faculdade de Engenharia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP); Jorge Batlouni, pelo vice-presidente de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP; Ubiraci Espinelli, doutor em produtividade na construção da Poli-USP e Pennsylvania State University; Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), e Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do SindusCon-SP (todos palestrantes no ConstruBR 2016)
Contato: eventos@sindusconsp.com.br
Créditos Fotos: Divulgação/ConstruBR
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Massa Cinzenta
Cooperação na forma de informação. Toda semana conteúdos novos para você ficar por dentro do mundo da construção civil.
15/05/2024
MASP realiza o maior projeto de restauro desde a sua inauguração
MASP passa por obras de restauro em suas estruturas. Crédito: Assessoria de Imprensa / MASP Quem passa pela Avenida Paulista vem notando uma diferença significativa na…
05/09/2024
Concurso arquitetônico vencedor para nova sede do governo de São Paulo busca revitalizar região dos Campos Elíseos
O concurso organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IAB-SP) para escolher o projeto arquitetônico da nova sede administrativa do governo…
05/09/2024
Empresa de estruturas pré-moldadas consegue chegar ao resíduo zero na construção civil
No Brasil, são geradas cerca de 48 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição (RCD) anualmente, o que equivale a aproximadamente 227 quilos de entulho por…
05/09/2024
Como tornar as estruturas mais resilientes para desastres naturais?
Um relatório do U.S. Green Building Council (USGBC) destaca que, entre 2000 e 2019, o número de desastres naturais aumentou em 75% em comparação com o período de 1980 a 1999. Nos…
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.
Cimento Portland pozolânico resistente a sulfatos – CP IV-32 RS
Baixo calor de hidratação, bastante utilizado com agregados reativos e tem ótima resistência a meios agressivos.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-32
Com diversas possibilidades de aplicações, o Cimento Portland composto com fíler é um dos mais utilizados no Brasil.
Cimento Portland composto com fíler – CP II-F-40
Desempenho superior em diversas aplicações, com adição de fíler calcário. Disponível somente a granel.
Cimento Portland de alta resistência inicial – CP V-ARI
O Cimento Portland de alta resistência inicial tem alto grau de finura e menor teor de fíler em sua composição.
Cimento Certo
Conheça os 4 tipos de cimento Itambé e a melhor indicação de uso para argamassa e concreto.
Use nosso aplicativo para comparar e escolher o cimento certo para sua obra ou produto.