No mundo, a impressão 3D já movimenta um mercado de 35 bilhões de dólares. Um dos setores que usufrui desta tecnologia é a construção civil. No Brasil, equipamentos capazes de moldar de artefatos a casas começam a ser apresentados ao mercado, ainda que lentamente. Por enquanto, o segmento de maquetes é o primeiro a se beneficiar da tecnologia, já que máquinas conseguem imprimir em gesso, em tempo recorde e com muito mais precisão as miniaturas.
Existem também as impressões 3D em nylon, como explica Tiago Ferraz de Barros, gerente de marketing para a América Latina da 3D Systems. “As impressões em gesso servem para modelos visuais completos, sendo ideais para apresentar conceitos e para a aprovação de projetos. Já as impressões em nylon, na tecnologia SLS, permitem criar modelos com resistência e boa resolução, podendo ser usados para testar projetos funcionais”, diz.
Por sua capacidade ilimitada de reproduzir qualquer objeto, as impressoras 3D também possibilitam que os engenheiros criem novos projetos, testando materiais mais leves, flexíveis e resistentes. Porém, apesar de toda a potencialidade da tecnologia, ela ainda é pouco explorada pela construção civil brasileira. “A impressão 3D amplia o leque de possibilidades dentro dos projetos, principalmente se eles estiverem ligados ao uso do BIM”, destaca Tiago Ferraz de Barros.
A quebra de patente da impressão 3D, ocorrida em 2014, passou a tornar a tecnologia cada vez mais popular e com custos cada vez mais palpáveis. Atualmente, existem impressoras cujos preços variam de 500 dólares a 20 mil dólares. A viabilidade econômica passou a gerar uma série de startups vinculadas à tecnologia, inclusive dentro da construção civil. Porém, o setor ainda perde para outros segmentos em que a impressão 3D já está completamente agregada ao dia a dia das pesquisas e do desenvolvimento de projetos e materiais.
Carga tributária nacional é um dos obstáculos para a impressão 3D
Entre eles, o aeroespacial, onde a tecnologia possibilita a produção de peças de alta performance e resistência. A medicina também se beneficia intensamente das impressões 3D, criando próteses e órteses cada vez mais eficazes e adaptadas ao corpo humano. O mesmo ocorre com a odontologia, o setor automotivo, a moda e a indústria plástica.
Na construção civil, o país que lidera a tecnologia 3D é a Holanda. Em 2017, os holandeses produziram a primeira obra de infraestrutura usando a tecnologia: uma ponte na região rural de Gemert, no norte do país. Impulsionada pelas pesquisas desenvolvidas dentro da Universidade Tecnológica de Eindhoven, a Holanda se prepara para construir condomínios de casas com impressão 3D em concreto.
As unidades terão uma arquitetura futurista, com formatos curvos. Batizado de Project Milestones, o condomínio tem incentivos fiscais da autoridade municipal de Eindhoven. Diferentemente do Brasil, onde a carga tributária para a importação da tecnologia 3D ainda é proibitiva, incidindo tributos como ICMS, ISS e IPI sobre produtos impressos em três dimensões.
Entrevistados
Universidade Tecnológica de Eindhoven, BAM Infra e 3D Systems (via assessorias de comunicação)
Contato
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info.infra@bam.com
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