Trecho da serra do Cafezal fica pronto no final de 2017

22 de junho de 2017

Trecho da serra do Cafezal fica pronto no final de 2017

Trecho da serra do Cafezal fica pronto no final de 2017 600 338 Cimento Itambé

Desafios ambientais acrescentaram complexidade à obra de duplicação, exigindo planos audaciosos para a construção de viadutos, pontes e túneis

Por: Altair Santos

Traçado da serra do Cafezal, que faz parte da rodovia Régis Bittencourt: 17 dos 30 quilômetros já foram liberados

Traçado da serra do Cafezal, que faz parte da rodovia Régis Bittencourt: 17 dos 30 quilômetros já foram liberados

O trecho de 30,5 quilômetros da rodovia Régis Bittencourt, conhecido como serra do Cafezal, estará 100% duplicado, e liberado para o tráfego de veículos, no final de 2017. Até o momento, 17 quilômetros da obra já foram concluídos. Dos outros 13 quilômetros restantes, 10 quilômetros dependem da liberação dos quatro túneis, que estão em fase final de execução. A intenção da concessionária Auto Pista Régis Bittencourt é de que, assim que cada obra de arte for inspecionada pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e liberada, o tráfego possa ser autorizado, reduzindo ainda mais o tempo do percurso entre as cidades de São Paulo-SP e Curitiba-PR.

Dos nove trechos da duplicação, quatro já foram concluídos e liberados e cinco estão em execução. Cerca de 900 pessoas trabalham atualmente na obra, que vem se desenvolvendo desde 2010. Os recursos investidos pela concessionária já passam de R$ 1 bilhão e o volume de concreto consumido chega a 130 mil m³. Boa parte foi aplicada nos 120 mil m² de tabuleiros, que viabilizaram 36 viadutos e pontes, além dos quatro túneis. Todo esse complexo de obras de arte teve o objetivo de desviar de cursos hídricos e fundos de vale, minimizando ao máximo o impacto ambiental. Por isso, para não ferir a lei de preservação da Mata Atlântica, a concessionária precisou refinar o traçado.

Boa parte dos 130 mil m³ de concreto foi consumido pelos 120 mil m² de tabuleiros para pontes e viadutos

Boa parte dos 130 mil m³ de concreto foi consumido pelos 120 mil m² de tabuleiros para pontes e viadutos

O engenheiro civil Nelson Bossolan, diretor-superintendente da Auto Pista Régis Bittencourt, explica as restrições impostas à obra: “Antes da realização dessa obra, havia um traçado antigo, do início da década de 1990, que foi alvo de muitas discussões, mas que obrigatoriamente deveria ser seguido. Na licença prévia de 2002 já constavam condicionantes a serem cumpridas, que limitavam intervenções em cursos hídricos e fundos de vale, mas que estavam condicionadas ao traçado antigo, que passava literalmente pelo parque da Serra do Mar – importante área de preservação. Por isso, foi determinante refinar o traçado, com a projeção dos túneis, para que ele passasse fora do parque.”

Fim dos gargalos
Os túneis permitiram impacto bem menor do que a solução em cortes e aterros. O sistema de escavação utilizado foi o NATM (New Austrian Tunnelling Method), que possibilita o emboque e o desemboque de alguns túneis diretamente sob a rodovia existente. A principal vantagem do método NATM é a liberdade para projetar diferentes formas e tamanhos de seções de escavação e aplicar sequências construtivas variadas. “Como os túneis da serra do Cafezal têm a base e o teto achatados (área de escavação) e estão em segmentos distintos ao longo da rodovia, optou-se em utilizar o método NATM”, explica Nelson Bossolan. Três deles foram construídos exclusivamente para evitar a passagem da nova pista por dentro do parque da Serra do Mar.

Os quatro túneis estão localizados na região de Miracatu-SP, no km 348 (sentido São Paulo) e nos km 357, 360 e 361 (sentido Curitiba). Na altura do km 357 está o túnel de maior extensão, com aproximadamente 700 metros. Os quatro juntos somam 1,7 quilômetro. Por conta destas obras é que ficou frustrada a expectativa de que toda a duplicação pudesse ser concluída até 17 de fevereiro de 2017. “Mais importante que o prazo é a qualidade da obra. A duplicação vai reduzir os gargalos causados pelo fluxo diário de 25 mil veículos neste trecho de serra. Isso vai permitir às empresas terem um período constante das viagens, podendo praticar valores de frete mais adequados e gerar um impacto positivo na economia”, calcula Nelson Bossolan.

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Entrevistado
Engenheiro civil Nelson Bossolan, diretor-superintendente da Auto Pista Régis Bittencourt

Contato
autopistaregis@autopistaregis.com.br
www.arteris.com.br

Crédito Fotos: Autopista Régis Bittencourt

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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