Robô constrói fachada com blocos de concreto reciclado

26 de abril de 2017

Robô constrói fachada com blocos de concreto reciclado

Robô constrói fachada com blocos de concreto reciclado 600 400 Cimento Itambé

Galeria de artes na China passa por retrofit, em que foi testado um novo tipo de sistema construtivo: a alvenaria robótica

Por: Altair Santos

Um braço mecânico, capaz de executar ações com precisão milimétrica, e inspirado em robôs que operam em avançados centros cirúrgicos, construiu a fachada de uma galeria de artes em Xangai, na China. Arquitetos do escritório Archi-Union levaram cinco anos para programar a máquina a executar movimentos precisos para assentar os elementos e injetar argamassa para unir as peças. A única ação humana na obra foi repor a argamassa no reservatório da máquina para que ela pudesse dar continuidade ao trabalho.

Fachada da galeria de arte em Xangai: robô construiu área de 200 m² em duas semanas

Fachada da galeria de arte em Xangai: robô construiu área de 200 m² em duas semanas

Segundo Li Han, designer de arquitetura da Archi-Union, o robô transforma cálculos em dados geométricos, o que permite que identifique os tijolos e assente conforme o projeto para o qual foi programado. “Foi a primeira vez que usamos essa tecnologia e agora vamos aperfeiçoá-la, usando o robô em projetos mais complexos”, afirma Li Han. Na fachada da galeria Chi She, o desenho que os tijolos formam tem um grau de complexidade que uma equipe de homens poderia levar mais de três meses para finalizar. A máquina executou o trabalho em duas semanas.

A Archi-Union avalia que, com aprimoramentos, o robô pode passar a construir paredes estruturais e de vedação, em projetos que utilizem alvenaria estrutural e alvenaria convencional. “O robô entende compilações mais complexas, o que permite propor a ele projetos mais difíceis”, diz Li Han, que define a tecnologia como alvenaria robótica. “A máquina constrói como um artesão, mas com a velocidade de um canteiro de obras com alta produtividade”, completa o designer.

Tecnologia 3D

Desenho da fachada, com os tijolos projetados: seria quase impossível construí-lo com mão de obra humana

Desenho da fachada, com os tijolos projetados: seria quase impossível construí-lo com mão de obra humana

A fachada da galeria tem 200 m². Os tijolos não-estruturais são reciclados e foram fabricados a partir de concreto de demolição. O prédio passou por um retrofit, ganhando telhado novo e piso de cimento queimado. Toda a obra levou cinco meses para ficar pronta. Segundo o escritório de arquitetura que projetou a reforma, o desenho da fachada não foi aleatório. “A estrutura desempenha uma função acústica e térmica importante, já que a galeria de arte recebe peças que não podem ser submetidas a grandes variações de temperatura”, explica a Archi-Union.

A obra em Xangai foi concluída no final de 2016 e o escritório chinês já tem outras encomendas para aplicar a alvenaria robótica. São dois projetos de retrofit na cidade chinesa: uma adega e a parte interna de um bar. Ambas devem utilizar blocos reciclados de concreto. Porém, a Archi-Union revela que está trabalhando em uma evolução do braço mecânico, que vai permitir que ele trabalhe em conjunto com impressoras 3D que utilizam concreto. “A vantagem é que á alvenaria robótica poderá atuar no acabamento das paredes tão logo as impressoras 3D ergam as estruturas”, explica Li Han.

A China é a que está mais avançada no uso de tecnologia 3D aplicada na construção civil. O país já oferece no mercado casas e edifícios de até quatro pavimentos construídos por impressoras que usam o concreto para erguer paredes. Com a entrada da alvenaria robótica, a engenharia chinesa consolida sua vocação inovadora no setor.

Veja mais reportagens sobre o uso da robótica na construção civil:
http://www.cimentoitambe.com.br/robo-limpa-area-da-obra/
http://www.cimentoitambe.com.br/robo-pedreiro-assenta-mil-tijolos-por-hora/

 

 

Entrevistado
Arquiteto Li Han, designer de arquitetura da Archi-Union (via assessoria de imprensa)

Contato
info@archi-union.com

Crédito Fotos: Archi-Union

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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