RJ combate enchentes com rio de concreto

19 de junho de 2013

RJ combate enchentes com rio de concreto

RJ combate enchentes com rio de concreto 1024 683 Cimento Itambé

Obra de R$ 292 milhões envolve mais de 55 mil m³ de concretagem e tem previsão de entrega para o primeiro semestre de 2014

Por: Altair Santos

A construção de um rio subterrâneo em leito de peças pré-fabricadas de concreto, além de cinco piscinões, pretende pôr fim às históricas enchentes no centro da cidade do Rio de Janeiro. A megaobra interligará dois conhecidos rios da capital fluminense – o Joana e o Maracanã -, desviando a vazão de ambos para a Baía da Guanabara. A previsão é que o empreendimento envolva pelos menos 55 mil m³ de concreto, com investimento de R$ 292 milhões. “São intervenções que vão mitigar de forma enfática as históricas inundações que há um século causam transtornos aos cariocas”, diz o engenheiro civil Paulo Luiz da Fonseca, chefe de gabinete da Fundação Rio-Águas.

Piscinão na Praça da Bandeira: um dos cinco reservatórios que armazenarão mais de 100 mil m³ de água das chuvas.

Dos piscinões, o da Praça da Bandeira é o que está com o cronograma mais adiantado. A execução já atingiu 75%. Os reservatórios serão os que consumirão mais concreto. Os cálculos estimados chegam a 42.491 m³. Em termos de tecnologia, explica Paulo Luiz da Fonseca, essas obras estão usando o método de construção por paredes diafragma, com escavação mecânica com auxílio de guindaste. Na execução do desvio do rio Joana, o túnel é escavado por meio do método NATM (New Austrian Tunnelling Method) com utilização de enfilagem, tirante e cambota, quando necessários. Além disso, para viabilizar os reservatórios, foi importada de Portugal uma escavadeira telescópica, que consegue atingir 15 metros de profundidade.

A previsão é que as obras comecem a ficar prontas entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2016, quando a cidade do Rio de Janeiro irá sediar os jogos olímpicos. Por isso, os canteiros de obras nos cinco piscinões, e na construção do rio subterrâneo, envolvem atualmente 740 trabalhadores. Juntos, os reservatórios comportarão mais de 100 mil m³ de água – aproximadamente 55 piscinas olímpicas. Já o rio subterrâneo, que terá extensão de 2.400 metros (parte do túnel) e 700 metros de galeria, possui 8 metros de largura e 6 metros de altura. “Ele foi projetado para, num dia de chuva intensa, receber todo o fluxo de água que antes ia para a calha do rio Joana e não tinha mais condições de receber esse volume de água”, relata Wilmar Lopes, diretor de obras do empreendimento.

Alongamento do rio Joana até a Baía de Guanabara: obra subterrânea está com as escavações adiantadas.

São Paulo é pioneira

A construção de piscinões para conter enchentes não é novidade no Brasil. A primeira capital a adotar essa tecnologia foi São Paulo, que nos anos 1990 começou a implantar reservatórios para conter o transbordamento de rios e canais. A obra mais emblemática neste sentido, e a maior do país, está localizada em frente ao estádio do Pacaembu, e que comporta 74 mil m³ de águas pluviais. O empreendimento consumiu 6 mil m³ de concreto armado.

Veja vídeos das obras



Entrevistado
Paulo Luiz da Fonseca, chefe de gabinete da Fundação Rio-Águas
Currículo
– Paulo Luiz da Fonseca é graduado em engenharia civil pela Universidade Federal Fluminense (1986) e em matemática (Bacharelado e Licenciatura) pela Faculdade de Humanidades Pedro II (1993).
– Tem especialização em engenharia sanitária e ambiental pela UERJ (1988), em análise de sistemas pela UVA (1990) e em geoprocessamento pela UFRJ (2003).
– Possui mestrado em educação matemática pela Universidade Santa Úrsula (2002) e doutorado em engenharia civil pela Universidade Federal Fluminense (2008).
– Atualmente é engenheiro civil da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro (Rio-Águas) atuando como diretor da diretoria de estudos e projetos (DEP).
– Também é professor-adjunto do departamento de engenharia civil (TEC), setor recursos hídricos e meio ambiente da Universidade Federal Fluminense.
Contato: rioaguas@pcrj.rj.gov.br / ascom.smo@gmail.com
Créditos fotos: Divulgação/Fundação Rio-Águas

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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