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Inovação, Novas tecnologias 22 de Março de 2012

Pela primeira vez, o Brasil sediou um dos mais respeitados eventos mundiais sobre concreto e industrialização da construção civil. No final de março de 2012, Florianópolis – Santa Catarina, recebeu a ICCX – International Concrete Conference & Exhibition (Conferência e Exposição Internacional de Concreto). O encontro, que em anos anteriores aconteceu na Rússia, África do Sul, Itália, Austrália e Alemanha, reuniu 200 expositores e mais de 600 visitantes, não só do país, mas da América do Sul. A busca por inovações e a disseminação de tecnologias foram as razões que mais atraíram público à conferência.

Um dos seminários mais concorridos foi o do especialista Michael Khrapko. O engenheiro civil da Nova Zelândia é referência mundial em concreto autoadensável (CAA). Ele promoveu um curso técnico sobre como obter qualidade usando diferentes cimentos, agregados e aditivos. Khrapko orientou na correção de mudanças dos ingredientes. O especialista destacou que um dos segredos é controlar a hidratação do cimento Portland e o calor que é liberado como parte da reação química. “Para estruturas que exigem espessura de concreto acima de 500 mm, temperaturas diferentes no preparo do material podem ser uma preocupação, pois elas tendem a causar fissuras”, destacou.

Além de palestras sobre aspectos técnicos do concreto, a conferência tratou também das tecnologias envolvendo pré-fabricados. Entre os convidados, o engenheiro belga Arnold van Acker, ex-presidente da comissão para pré-fabricados da FIB (Federação Internacional do Concreto) apresentou a nova versão do manual produzido em 2011 para o setor. Ele também ministrou curso para tratar dos avanços nos projetos de pré-moldados. Engenheiros, arquitetos, designers, estudantes, acadêmicos e fabricantes de pré-moldado estavam entre os que participaram do seminário.

Conferência do Concreto reuniu alguns dos principais palestrantes do Brasil e do mundo.

Arnold van Acker disse ter se surpreendido com o desenvolvimento da indústria de pré-fabricados no Brasil. "Usa-se muita tecnologia de ponta já no país e, é claro, há um potencial grande para esse mercado aqui", destacou. O especialista belga também fez uma avaliação do futuro da construção civil nacional. "Acredito que o Brasil está fortemente migrando para a industrialização da construção, por todas as vantagens que ela apresenta e para conseguir vencer todos os desafios que o país tem pela frente. Não só em razão dos eventos esportivos que já estão tão próximos, mas principalmente em razão de uma infraestrutura que ainda deixa muito a desejar", avaliou.

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