Em 10 anos, Brasil vai precisar de 30 milhões de moradias

Demanda maior vem das famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos, aponta pesquisa da Abrainc
7 de outubro de 2020

Em 10 anos, Brasil vai precisar de 30 milhões de moradias

Em 10 anos, Brasil vai precisar de 30 milhões de moradias 1024 643 Cimento Itambé

Pesquisa encomendada pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) mostra que nos próximos 10 anos o Brasil vai precisar atender uma demanda por 30,7 milhões de moradias. Quase metade (14,4 milhões) será para abrigar famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos. As famílias com renda até 3 salários mínimos vão demandar por 13 milhões de novos domicílios. Já aquelas com mais de 10 salários de renda familiar estimularão a construção de 3,7 milhões de habitações.

Déficit habitacional sofre redução de 1,5% e país carece de 7 milhões e 797 mil moradias. Crédito: Agência Brasil

Déficit habitacional sofre redução de 1,5% e país carece de 7 milhões e 797 mil moradias.
Crédito: Agência Brasil

O estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e coordenado pelo economista Robson Gonçalves, leva em consideração o crescimento da população brasileira e, consequentemente, das famílias até 2030. O levantamento faz projeções a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A previsão de que o país vai necessitar de 30,7 milhões de moradias está na estimativa de crescimento médio de 3% ao ano na formação de famílias.

O levantamento também revela que, entre 2017 e 2019, o déficit habitacional brasileiro teve redução de 1,5%. O país atualmente carece de 7 milhões e 797 mil unidades contra os 7 milhões e 918 mil de 2017. Para Robson Gonçalves, a construção civil tem papel importante no combate à falta de moradias. “A construção civil fez um excelente trabalho, apesar de todas as dificuldades. A participação do setor no processo de redução e, mais recentemente, de estabilização do déficit de moradias é notável e ganha contornos ainda mais significativos diante da taxa de formação de famílias no Brasil, que é alta”, destaca.

Em uma década e meia, construção de moradias superou formação de novas famílias

Segundo o economista, a queda do déficit habitacional só acontece porque, desde 2004, o volume de construções de moradias tem superado o de formação de famílias. “Se formos observar, nesse período (2004-2019) o crescimento médio do número de domicílios foi da ordem de 5,2% ao ano, enquanto a taxa de formação de famílias chegou a 4,7% ao ano. Então, o desempenho da construção civil é algo bastante significativo do ponto de vista social”, frisa Robson Gonçalves.

O Nordeste foi a região com a maior queda no déficit habitacional. A região passou de um déficit de 2 milhões e 800 mil moradias para 2 milhões e 300 mil. “A queda reflete o efeito das políticas públicas para a expansão de casas populares no país, com foco na redução do déficit para famílias mais pobres. É importante que o Estado brasileiro tenha acesso a esse tipo de informação para seguir subsidiando a construção de habitação popular no país”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz Antônio França.

O único dado mais alarmante da pesquisa é que houve crescimento de 2,01% na categoria chamada “ônus excessivo com aluguel”. Significa que famílias sem casa própria, e com renda de até 3 salários mínimos, vêm comprometendo mais de 30% da renda mensal para locar uma moradia. Em 2019, essa situação abrangeu 3 milhões e 345 mil famílias diante de 3 milhões e 279 mil em 2017. Um dos objetivos do Casa Verde e Amarela, que ainda aguarda tramitação no Congresso para ser executado, é atacar esse problema.

Veja os dados completos da pesquisa.

Entrevistado
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias

Contato
comunicacao@abrainc.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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