Gestão de pessoas tenta decifrar felicidade no trabalho

13 de novembro de 2013

Gestão de pessoas tenta decifrar felicidade no trabalho

Gestão de pessoas tenta decifrar felicidade no trabalho 1024 682 Cimento Itambé

Pesquisa com grandes empresas, incluindo as da construção civil, mostra que dinheiro camufla problemas como falta de reconhecimento e assédio moral

Por: Altair Santos

É possível mensurar a felicidade? Independentemente da resposta, esse é o desejo atual do mundo corporativo. Estimuladas, inclusive, por organismos como a ONU (Organizações das Nações Unidas) que tem o seu próprio indicador de Felicidade Interna Bruta (FIB) as companhias buscam novas alternativas para medir o grau de motivação, satisfação e realização de seus colaboradores. “As empresas estão buscando um novo olhar, um novo nome para velhos problemas, já que as pesquisas de clima organizacional e de engajamento não estão mais respondendo como o esperado”, avalia a pisicóloga Suzy Cortoni.

Suzy Cortoni, coordenadora da pesquisa: empresas buscam um novo olhar para entender colaboradores

A especialista, que dirige o Ateliê de Pesquisa Organizacional e também a ComSenso – Agência de Estudos do Comportamento -, decidiu coordenar uma pesquisa sobre grau de felicidade no ambiente de trabalho e chegou a conclusões relevantes. Uma delas é a de que boa parte dos profissionais entrevistados demonstrou não estar em busca da felicidade no trabalho. “O que eles desejam são os velhos conceitos, como motivação, satisfação, realização e dinheiro. Eles confundem ser feliz com todos os conceitos acima descritos e, a partir do momento em que eles próprios se perguntam se são felizes no trabalho, aí sim se dão conta e tentam entender se são felizes”, diz.

A pesquisa foi bem estratificada. Ouviu 200 profissionais (40% mulheres e 60% homens) com faixa etária entre 28 e 45 anos e tempo de trabalho nas empresas de 8 a 25 anos. As companhias que forneceram entrevistados são de São Paulo e do Rio Janeiro, pertencem aos setores da indústria, comércio e serviços e têm de 500 a mais de 1.000 funcionários. Entre os que responderam a pesquisa, todos possuem formação superior e renda anual variando de R$ 50 mil a R$ 300 mil. “Percebeu-se que o dinheiro tem uma função de forte destaque para o sentimento de felicidade no trabalho. Por isso, ele pode camuflar sentimentos negativos e alguma insatisfação, e se tornar o único fator de sobrevivência”, detecta Suzy Cortoni.

Felicidade no trabalho: para 78%, dinheiro se sobrepõe a outros fatores

Apesar de abranger uma fatia bem específica de profissionais, a pesquisa, no entender da especialista, serve para mostrar tendências que estejam ocorrendo em todo o país, além de os dados coletados valerem também para empresas de médio e de pequeno portes. “Não é o tamanho da empresa que influencia o grau de felicidade, mas a pressão que ela exerce no colaborador”, diz, acreditando que os fatores que mais geram infelicidade no ambiente de trabalho são impossibilidade de se expressar, não ser reconhecido, falta de ética, privilégios e assédio moral.

Outra tendência interessante mostrada pela pesquisa é que o colaborador consegue ser produtivo profissionalmente, mesmo enfrentando problemas pessoais, mas não consegue ter uma boa vida pessoal se estiver desequilibrado no trabalho. “As pessoas podem conseguir separar pessoal e profissional por um tempo, mas o indivíduo é único”, justifica Suzy Cortoni. Os números da pesquisa comprovam que o desequilíbrio pode, inclusive, adoecer. Entre os entrevistados, 37% apontaram estar sofrendo de dor de cabeça com frequência, 43% de cansaço exagerado e 20% de dor de estômago.

Entrevistada
Suzy Zveibil Cortoni, psicóloga e sócia-diretora do Ateliê de Pesquisa Organizacional e também da ComSenso – Agência de Estudos do Comportamento
Contato: contato@ateliedepesquisa.com.br

Créditos fotos: Divulgação autorizada

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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