Trem inglês de 465 metros vira central de concreto

9 de setembro de 2015

Trem inglês de 465 metros vira central de concreto

Trem inglês de 465 metros vira central de concreto 1024 683 Cimento Itambé

Composição percorre trechos da Crossrail, em Londres, e entrega 50 mil m³ do material em novas etapas da obra, além de peças pré-fabricadas

Por: Altair Santos

A maior obra de mobilidade urbana da Europa está em andamento na cidade de Londres, na Inglaterra, e será entregue em 2018. Trata-se da Crossrail, uma linha férrea com 108 quilômetros de extensão, que ligará os lados leste e oeste da capital inglesa, unindo cidades da região metropolitana ao metrô londrino. O sistema tem 40 estações e 21 quilômetros subterrâneos. As composições irão correr sobre trilhos assentados em um radier de concreto. Para agilizar a construção, uma composição férrea de 465 metros foi transformada em uma central de concreto.

Trem-concreteira é equipamento fundamental para a Crossrail avançar no percurso subterrâneo de 21 quilômetros

Trem-concreteira é equipamento fundamental para a Crossrail avançar no percurso subterrâneo de 21 quilômetros

O trem possui capacidade de carregar agregados para produzir até 50 mil m³ de concreto e percorre os trechos prontos da ferrovia, entregando o material para as etapas a serem construídas. Nele há vagões carregados com cimento, pedra brita, areia e água, ou seja, todos os produtos necessários para a fabricação de um concreto resistente para o radier. “O trem-concreteira é o centro nervoso de nossa logística. Com ele, estamos mantendo nosso cronograma em dia”, afirma Simon Wright, engenheiro-chefe do projeto Crossrail. A obra está prevista para ser finalizada no primeiro semestre de 2018.

O trem-concreteira tem sido usado em um trecho de 40 quilômetros dos 108 que envolvem a obra. Além de produzir e distribuir o concreto, a composição serve também para transportar as peças pré-fabricadas para o revestimento dos túneis. São 250 mil elementos e parte também chega ao local da obra através de transporte fluvial. As peças são fabricadas em uma unidade montada exclusivamente para atender a Crossrail. Ela opera cinco dias por semana, 24 horas por dia. Há segmentos que chegam a pesar até 3,5 toneladas. São esses elementos mais pesados que têm sido transportados por embarcações.

Embarcações levam elementos pré-fabricados pelo rio Tâmisa até o canteiro de obras da Crossrail

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Obra para 120 anos

Segundo o consórcio encarregado pela obra, formado pelas empresas Alstom, TSO e Costain Limited, foram economizadas 10 mil viagens de caminhões com a opção pelo transporte fluvial e ferroviário, usando o trem-concreteira. “A autoridade portuária de Londres nos deu uma grande colaboração, orientando como transportar os pré-fabricados pelo rio Tâmisa”, explica James Trimmer, diretor de planejamento e meio ambiente do consórcio construtor. Com essas práticas de sustentabilidade, os especialistas envolvidos na construção da Crossrail calculam que a megaobra será concluída gastando 25% a menos de recursos naturais.

As obras da Crossrail começaram em 2009. Trata-se da maior obra de transporte urbano de Londres, desde a criação da primeira linha de metrô na cidade, em 1863. O empreendimento foi pensado para também incrementar a economia da cidade, gerando empregos para toda a cadeia produtiva da construção civil britânica. Quando pronta, a linha férrea terá a capacidade de acrescentar mais 1,5 milhão de pessoas ao sistema de transporte público de Londres. A obra foi idealizada para suportar o crescimento de Londres e de sua região metropolitana nos próximos 120 anos. O custo estimado é de 14,8 bilhões de libras (aproximadamente R$ 81,5 bilhões).

Veja vídeo sobre a Crossrail

https://youtu.be/kmRC0YIIaS4

Entrevistado
Consórcio construtor da Crossrail (via assessoria de imprensa)
Contato: pressoffice@crossrail.co.uk

Créditos Fotos: Divulgação/Crossrail

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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