Trem-bala tem custos errados

11 de novembro de 2009

Trem-bala tem custos errados

Trem-bala tem custos errados 150 150 Cimento Itambé

Constatação é do presidente do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), Tarcísio Celestino, com base em dados fornecidos pelo governo federal

Os custos para construção do trem de alta velocidade (TAV) entre Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas apresentam discrepâncias nos preços de escavação de túneis. A constatação é do presidente do Comitê Brasileiro de Túneis (CBT), Tarcísio Celestino, com base no projeto do governo federal. Os túneis em área rural, por exemplo, são 46% mais caros que na área urbana, quando normalmente ocorre o contrário. O preço de escavação de túnel simples – com uma via e 7,85 metros de diâmetro – é 17% mais caro que o duplo, de 16 metros

Nos 510 quilômetros do traçado do trem-bala, 90,9 quilômetros (18% da obra) devem ter túneis, segundo o estudo elaborado pelo consórcio Halcrow/Sinergia, contratado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). As obras civis, que incluem 107,8 quilômetros de pontes e viadutos, vão custar R$ 24,5 bilhões, cerca de 71% de todo o projeto, orçado em R$ 34,6 bilhões

O preço do metro escavado de túnel em local onde o solo é composto por rocha é só 4% mais barato do que o mesmo serviço em local onde o solo é mole. “Em casos reais de rocha de boa qualidade, a diferença pode superar 50%. Não vou dizer que a obra é cara ou barata, mas a planilha é inconsistente. Apoiamos o empreendimento, mas há necessidade de apontar mudanças de rumo”, disse o presidente do CBT, no seminário A Engenharia Nacional e o TAV, realizado no Instituto de Engenharia, em São Paulo. O metro escavado de túnel em área rural, sem grandes interferências na superfície, foi estimado no estudo em R$ 160,9 mil, enquanto em área urbana é de R$ 86,7 mil.

De acordo com Hélio França, superintendente da ANTT, os preços no estudo da Halcrow/Sinergia tiveram como base túneis da Europa do Metrô de São Paulo e do Rodoanel, mas os preços apontados são apenas “uma referência” para os editais do TAV. “Nós tropicalizamos os custos, usando o Sisco, um sistema de custos que o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que o próprio TCU (Tribunal de Contas da União) utiliza e os empreiteiros não gostam.

O responsável pelos estudos geológicos e geotécnicos do TAV, André Pacheco de Assis, presidente do Comitê Sobre Treinamento e Educação do International Tunnelling Association, disse que foram realizadas 519 sondagens em solo e rochas em todo o percurso proposto, num período de 75 dias. “Os custos já foram revistos porque não estavam adequados. O traçado apresentado está aprovado pelo governo federal e atende aos requisitos das pessoas que vão usar o TAV.”

Fonte: ANTT

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330

11 de novembro de 2009

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