Terceirização na Construção Civil

19 de fevereiro de 2008

Terceirização na Construção Civil

Terceirização na Construção Civil 150 150 Cimento Itambé

Qualidade dos serviços, transferência de tecnologia, revisão estrutural e cultural da empresa e menor custo, são algumas características

Fernando Luiz Netto Silveira

Fernando Luiz Netto Silveira

Cada vez mais os serviços terceirizados são requisitados na realização das construções civis. Isso, de acordo com o coordenador de logística e engenheiro, Francisco Roberto Moreno, deve-se ao fato de que as empresas estão procurando excelência na tomada e execução de serviços, deixando para especialistas aquilo que não é de sua competência. Além disso, diversos fatores podem contribuir para essa decisão, como a possibilidade de redução dos custos e confiabilidade nos prazos finais. O advogado, administrador e consultor/professor de negociação, Fernando Luiz Netto Silveira, ressalta ainda que o processo de terceirização “agiliza e simplifica o empreendimento”.

Mas Moreno alerta que cuidados devem ser tomados na hora de estabelecer um parceiro confiável e que este deve ter pleno entendimento das necessidades do contratante.

“Todos ouvem falar dos argumentos da terceirização: as empresas podem reduzir custos, melhorar a qualidade e aumentar a flexibilidade. Também ouvimos falar nas estórias de horror de empresas que se aventuraram neste caminho com resultados menos positivos”, explica o coordenador de logística e engenheiro.

Porém, para ele, a terceirização pode ser uma efetiva ferramenta estratégica para selecionar um parceiro compatível. “Escolher um parceiro pode ser uma tarefa longa e árdua. Você está prestes a passar parte do seu negócio para um completo estranho e é compreensível que esteja um pouco apreensível”.

No trabalho “Terceirização Estratégica na Pequena Empresa – Setor de Construção Civil”, a qualidade dos serviços; a transferência de tecnologia; a revisão estrutural e cultural da empresa; os resultados melhores na empresa e o menor custo são características da Terceirização apontadas como vantajosas. Já a dificuldade de encontrar um parceiro ideal; de efetivar um contrato de parceria; os problemas encontrados com o corpo funcional; a dificuldade no controle do custo interno com a parceria e o desconhecimento da legislação trabalhista são os lados negativos.

De acordo com uma pesquisa divulgada no trabalho (fonte: GIOSA, Terceirização Estratégica), de todas as empresas terceirizadas do país, 70% tiveram sucesso absoluto, 20% sucesso parcial e apenas 10% não tiveram sucesso nenhum.

É importante lembrar também que a terceirização é um acordo que, na maioria das vezes, dura um longo período e, por isso, é essencial a realização de uma completa avaliação dos envolvidos e das vantagens que irá obter. ”Não arrisque sua iniciativa de terceirização sem a convicção da necessidade de estar focado exclusivamente em seu negócio”, esclarece Moreno.

Silveira diz ainda que, ao negociar com uma Construtora, a Terceirizada precisa: posicionar-se no mercado, checar antecipadamente suas possibilidades de barganha pré-identificando zonas de possíveis acordos e planejar suas negociações com parâmetros técnicos.

Para agir de maneira correta na hora de terceirizar, especialistas orientam que o contratante sempre coloque tudo no papel, fazendo um contrato completo para evitar problemas futuros. “Todos saem ganhando com a transparência e objetivos bem definidos no contrato. Uma vez ouvi a seguinte frase “isso é como jogo do bicho, vale o escrito”. Bom, pode parecer estranho, mas é a mais pura verdade”, exemplifica Moreno.

Como negociar

Um bom contrato é essencial na hora da negociação. Quanto mais claro, direto e objetivo, melhor. A empresa deve deixar claro ao contratado seus interesses e quais as atividades ele terá que desempenhar.

Para Silveira, na negociação é necessário que a Construtora posicione-se no mercado, cheque suas possibilidades de barganha e planeje suas negociações com parâmetros técnicos. “A negociação é, além de uma arte, uma ciência”, opina.

“É importante formalizar o tipo de relacionamento, o tempo de duração, os objetivos definidos, os critérios de avaliação e os modos de atuar em caso de controvérsias. O contrato é o instrumento formal que sela os compromissos assumidos entre as partes, sendo a peça fundamental de qualquer processo de terceirização”, conforme o texto “Terceirização Estratégica na Pequena Empresa – Setor de Construção Civil”.

Mas afinal, o que é terceirização?

Relatos do trabalho mostram que a Terceirização surgiu nos Estados Unidos com a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, esse conceito chegou nos anos 50, mas teve seu impulso apenas na década de 90.

“De uma maneira genérica, a Terceirização pode ser definida como a contratação de agentes terceiros em lugar da contratação direta de empregados assalariados ou, de forma alternativa, da contratação ou “credenciamento” de autônomos, para provisão de serviços profissionais ou de qualquer outro tipo, dentro de uma organização”.

Ou seja, a Terceirização é um processo em que uma empresa repassa atividades para terceiros, estabelecendo uma relação de parceria.

Porém, alguns cuidados são apontados no trabalho:

· A empresa precisa ter bem claras quais são as atividades essenciais, as secundárias e as de apoio;

· Analisar os departamentos e as funções;

· Definir as atividades que devem permanecer na empresa e quais devem ser terceirizadas;

· Sempre levar em consideração custos indiretos como controles burocráticos, equipamentos e instalações;

· Procurar prestadores confiáveis e estabelecer um bom relacionamento.

No caso específico das construções civis, a terceirização têm tido bastante sucesso. Moreno afirma que, “temos produtos de excelente qualidade para todos os fins no mercado. Temos profissionais competentes e criativos”. Mas alerta que, “talvez o que falta seja comprometimento de alguns poucos quanto à segurança e longevidade de algumas obras”.

Ele acrescenta ainda que “a gestão de pessoas, de contratos e de qualidade demandam um tempo precioso dos profissionais envolvidos para assegurar que tudo ocorra de forma satisfatória, mas que cada segundo desse tempo vale muito a pena”.

Francisco Roberto Moreno – Engenheiro Civil e especialista em logística pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.
Atuou em empresas com expressão nacional de grande e médio porte, nos segmentos, aéreo – rodoviário – marítimo e consultorias especializadas em logística, movimentação e armazenagem de materiais.

Fernando Luiz Netto Silveira – Negociador Master com formação em Direito e Administração de Empresas e especialização em Negociação e estratégia Empresarial. Atua desde 1980 em cursos, seminários e palestras sobre Negociação em todo o país para inúmeras instituições públicas e privadas, já tendo ministrado mais de 400 eventos para mais de 1000 organizações.
Tem vários trabalhos sobre Negociação publicados em diversas mídias, como: www.guialog.com.br, www.administradores.com.br, www.vendamais.com.br, www.ogerente.com.br e www.guiarh.com.br.
Referência:
Créditos: Caroline Veiga

19 de fevereiro de 2008

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