Projeto mapeia blocos de concreto sustentáveis

17 de julho de 2013

Projeto mapeia blocos de concreto sustentáveis

Projeto mapeia blocos de concreto sustentáveis 1024 768 Cimento Itambé

ABCP, BlocoBrasil e CBCS unem-se para aferir índices de eficiência nos processos de fabricação dos artefatos e melhorar qualidade dos produtos

Por: Altair Santos

Três importantes organismos ligados à cadeia produtiva da construção civil estão unindo esforços para medir o grau de sustentabilidade encontrado no setor de fabricação de blocos e pisos de intertravados de concreto. ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto) e CBCS (Conselho Brasileiro da Construção Sustentável) vão mapear um grupo de 43 indústrias espalhadas por todas as regiões do país, a fim de definir um índice denominado de Avaliação de Ciclo de Vida Modular (ACV-m). Ele vai mensurar o quanto a produção de artefatos de cimento impacta no consumo de energia, de água, de geração de CO2, de geração de resíduos e consumo de matéria-prima.

Cláudio Oliveira Silva, da ABCP: objetivo é minimizar desperdícios.

Segundo Cláudio Oliveira Silva, gerente da área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP, o projeto pretende estimular o processo de boas práticas dentro das indústrias e minimizar o impacto na fabricação dos blocos. “O objetivo é induzir o fabricante a gerar economia, fazendo ele perceber onde estão os desperdícios dentro de seu processo produtivo. Tudo isso, fazendo comparações entre o modelo de fabricação dele com o de outros fabricantes. Ele poderá comparar práticas que dão certo ou dão errado e daí obter indicadores com melhores níveis. Esses indicadores, que vão definir parâmetros para o ACV-m, antes de serem repassados aos fabricantes serão auditados por uma comissão”, explica Cláudio Oliveira Silva.

Ultrapassada a fase de coleta de dados, ABCP, BlocoBrasil e CBCS, em parceria com o Senai-RJ (Serviço Nacional da Indústria) irão definir uma metodologia de produção mais limpa para repassar a todos os fabricantes de blocos e pisos intertravados de concreto do país. Serão ferramentas que irão mostrar onde a produção está sendo bem feita e onde ela precisa melhorar. “Nesse sentido, o estudo servirá também como um modelo de gestão para o fabricante. Ele pode se tornar mais competitivo e ampliar a lucratividade, fazendo melhor uso da água, da energia e das matérias-primas – no caso, de cimento e agregados”, afirma Marcelo Kaiuca, presidente da BlocoBrasil.

Marcelo Kaiuca, da BlocoBrasil: coleta já começou e dados serão divulgados em 2014.

Antes de o projeto ir a campo, os 43 fabricantes selecionados – entre eles há grandes, médias e pequenas indústrias – passarão por workshops no Senai-RJ para entender como o estudo será feito e para preparar as unidades sobre as questões que serão abordadas pelos pesquisadores. Os índices de cada indústria serão de conhecimento apenas dos auditores do Senai-RJ e de cada fabricante, que terá acesso somente aos seus dados específicos para poder comparar aos números gerais do setor. A previsão é que esse projeto esteja concluído até o final de 2013, com as informações principais divulgadas no início de 2014. “Será um grande ato de transparência do setor para a sociedade”, resume Kaiuca.

De acordo com a diretora do CBCS, Érica Ferraz de Campos, serão gerados indicadores nacionais e regionais das empresas participantes. Os indicadores serão divulgados em base de dados aberta online, no site do CBCS. Estarão disponíveis as faixas de resultados (valor mínimo, mediano e máximo) para cada indicador e a posição do conjunto de empresas participantes. Cada fabricante receberá as informações relativas à sua própria produção e sua posição entre as demais participantes. “As vantagens dos fabricantes em participar são: conhecer seu desempenho dentro do mercado, envolver sua equipe em processos de sustentabilidade e receber apoio técnico sobre a medição e a quantificação dos resultados”, explica Érica Ferraz de Campos.

Saiba mais sobre o projeto

Confira o folder

Érica Ferraz de Campos, da CBCS: fabricantes poderão conhecer seu desempenho dentro do mercado.

Entrevistados
– Cláudio Oliveira Silva, gerente da área de Inovação e Sustentabilidade da ABCP
– Marcelo Kaiuca, presidente da BlocoBrasil
– Érica Ferraz de Campos, diretora do CBCS
Currículos
– Cláudio Oliveira Silva é graduado em engenharia civil pela Universidade de Guarulhos, com pós-graduação em administração industrial na Escola Politécnica da USP e mestrado em engenharia na área de materiais de construção, pela Escola Politécnica da USP
– Atua como gerente da área de inovação e sustentabilidade da ABCP
– É representante da ABCP no CBCS (Conselho Brasileiro da Construção Sustentável) no comitê de materiais
– Marcelo Kaiuca é sócio da Multibloco Indústria e Comércio de Artefatos de Concreto, no Rio de Janeiro
– Preside a Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil) na gestão 2011-2013
– Érica Ferraz de Campos é graduada em arquitetura e urbanismo pela EESC-USP (2003)
– Pós-graduada em gestão ambiental pela Unicamp (2007)
– Mestre na área de materiais e componentes de construção civil pela Escola Politécnica da USP (2012)
– Coordenadora Técnica do CBCS (2010 a 2012) e atualmente diretora do CBCS
Contatos: claudio.silva@abcp.org.br / blocobrasil@blocobrasil.com.br / comunicacao@cbcs.org.br / twitter.com/cbcssustentavel
Créditos fotos: ABCP / BlocoBrasil / Calao Jorge / CBCS / Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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