Peru lança maior programa de obras em pontes do mundo

5 de fevereiro de 2014

Peru lança maior programa de obras em pontes do mundo

Peru lança maior programa de obras em pontes do mundo 1024 768 Cimento Itambé

País está reconstruindo 1.400 ligações, das 2.227 existentes em suas rodovias. Recursos vêm de parcerias público-privadas com empresas brasileiras

Por: Altair Santos

Algumas das principais construtoras brasileiras, assim como escritórios de engenharia e de projetos, estão de olho no mercado peruano. O motivo é que o governo do país sul-americano decidiu investir cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 2,4 bilhões) na reconstrução de 1.400 pontes, das 2.227 existentes em suas rodovias. Trata-se do maior programa de modernização de pontes do mundo. As obras começarão em 2014 e devem se estender até 2020. Os projetos estarão a cargo da ProVias – organismo que desempenha função semelhante ao Dnit, no Brasil -, a qual estabeleceu concessões que variam de 5 anos a 25 anos para cada trecho licitado.

Programa para erguer pontes novas terá investimento de R$ 2,4 bilhões

O programa será executado em duas fases, sendo que a primeira contempla trabalhos em 1.000 pontes, a serem executados até 2016. Na segunda fase serão executados os trabalhos nas restantes 400 pontes, no período que vai de 2016 a 2020. “Estamos trocando pontes velhas por novas, instalando pontes novas e substituindo estruturas provisórias por pontes definitivas”, disse Raúl Torres Trujillo, diretor-executivo da Provias. A empresa estatal peruana é responsável por 23.072 quilômetros de rodovias que cruzam o país. Além do programa de recuperação e construção de pontes, foram abertas concessões para a exploração de trechos rodoviários, o que também atrai empresas brasileiras.

Já estão operando no Peru os seguintes grupos: Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Queiroz Galvão e OAS. Eles não se vincularam apenas a projetos rodoviários, mas também a obras de infraestrutura, como hidrelétricas, portos, canais de irrigação, metrôs e obras de saneamento. A Odebrecht, por exemplo, que está no país desde 1979, atualmente trabalha na expansão do metrô de Lima. A Andrade Gutierrez, que chegou em 1992 no Peru, finaliza a estrada interoceânica IIRSA, ligando-a ao porto de Callao, no Oceano Pacífico. Já a Camargo Correa, instalada desde 1997 em território peruano, atua no projeto de irrigação e hidroenergia de Alto Piura.

Mapa rodoviário do Peru: 23.072 quilômetros com forte atuação das construtoras brasileiras

Outro grupo – o Queiroz Galvão -, que está desde 1998 no país que faz fronteira com o Brasil, tem forte atuação nas obras rodoviárias e de saneamento, assim como a OAS. Essas empresas contam com participação destacada na chamada aliança estratégica Peru-Brasil – um tratado de relações comerciais resgatado há 10 anos, e que entre 2003 e 2013 gerou um fluxo bilateral de US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 8,7 bilhões) entre os dois países. Além das companhias ligadas à construção civil, outras 45 corporações brasileiras estão instaladas em território peruano, fabricando perfumes, remédios, cervejas e joias ou prestando serviços bancários.

O Peru tornou-se estratégico para essas multinacionais brasileiras, pois através de suas subsidiárias instaladas no país conseguem atingir mercados consumidores da região do Pacífico, como China, Japão e a costa oeste dos Estados Unidos. Por isso, promover a modernização do mapa rodoviário peruano é tão relevante para a indústria do Brasil quanto participar de concessões de estradas no próprio território nacional.

Entrevistado
Raúl Torres Trujillo, diretor-executivo da Provias (via email)
Contato: rtorres@proviasnac.gob.pe

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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