O uso do concreto autoadensável no Brasil

5 de novembro de 2009

O uso do concreto autoadensável no Brasil

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Por que o uso do CAA ainda é restrito no país

Mesmo com tantas vantagens já consagradas por especialistas, o uso do concreto autoadensável (CAA) ainda é bastante restrito no Brasil. O tema é tão divergente que mereceu destaque no 51º Congresso Brasileiro do Concreto realizado em Curitiba no mês de outubro.

Paulo Helene

Paulo Helene

Para o engenheiro Paulo Helene, vice-presidente do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) e um dos participantes do painel “Temas Controversos – Concretos de alto desempenho e autoadensável: desafios para sua maior utilização no Brasil”, um grande entrave para a disseminação da tecnologia no país é o fato da maioria das construtoras se colocarem na posição de gerenciadoras de serviços de terceiros. “Os terceiros cobram por metro cúbico de concreto. Tanto faz se esse metro cúbico requer quatro peões ou apenas um peão para lançar o concreto. Então, como o metro cúbico do concreto autoadensável (produto na Concreteira) custa mais caro, fica uma aparente e errônea primeira impressão de que não há vantagem econômica e que as vantagens seriam somente técnicas” avalia.

Nos países industrializados a vantagem do produto descartar a necessidade de operários para espalhar e vibrar o concreto, é de fato compensatória e por isso a sua utilização em maior escala.

No entanto, o vice-presidente do Ibracon acredita que o potencial do concreto autoadensável no Brasil é grande. Segundo ele, há benefícios diretos e indiretos que sustentam o uso do CAA como o fato de ele ser “mais humano, mais ecológico, mais sustentável, mais rápido, além de oferecer melhor adensamento e acabamento”. Um exemplo deste potencial é a crescente demanda por pré-moldados em que a utilização do concreto autoadensável é extremamente viável.

O concreto autoadensável surgiu no Japão na década de 80. Mas apenas a partir do ano 2000 a tecnologia passou a ser utilizada no Brasil, ainda que de forma isolada. Para reverter esse quadro, novos estudos e aplicações vêm sendo feitos, comprovando os benefícios deste material em diversas ocasiões como em obras com alta densidade de armadura, em que o concreto convencional não consegue preencher todos os espaços; em obras em que o concreto fica aparente, já que possui melhor acabamento; em obras que exijam grande agilidade. O desenvolvimento da tecnologia e a redução dos custos dos aditivos também estão contribuindo com o avanço do uso do CAA.

Vantagens do concreto autoadensável

– Diminui consideravelmente a mão-de-obra necessária para a concretagem;
– Considerável melhora do acabamento final dos elementos;
– Aumento da velocidade de concretagem;
– Diminuição do risco de queda de trabalhadores de uma laje, por diminuir o número de pessoas envolvidas no processo;
– Economia de energia elétrica;
– Eliminação ou diminuição drástica do ruído na obra.

Dificuldades da implantação do concreto autoadensável no Brasil

Mesmo com uma maior quantidade de estudos práticos e teóricos a respeito do material, dúvidas técnicas, sobretudo em relação à dosagem, ainda geram incertezas nos profissionais do setor ao optar ou não pelo concreto autoadensável. A grande variabilidade da dosagem dos componentes pode ser um dos fatores que dificultam a implantação do CAA em larga escala, pois a dosagem deve ser muito precisa. Há também a questão dos aditivos superplastificantes que devem ser misturados pouco antes do lançamento, por perderem o efeito rapidamente.

Com isso conclui-se que quanto antes houver a adaptação da tecnologia para a realidade brasileira, quanto mais industrializado o setor da construção estiver e quanto mais estudos e informações sobre o material e suas aplicações forem divulgados, mais cedo o concreto autoadensável fará parte da realidade das construções no país.

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330

Dados para contato: Assessor de imprensa Ibracon – Fábio Luis Pedroso: fabio@ibracon.org.br

5 de novembro de 2009

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