Normas técnicas sustentam competitividade e inovação

12 de abril de 2017

Normas técnicas sustentam competitividade e inovação

Normas técnicas sustentam competitividade e inovação 600 338 Cimento Itambé

Seminário ConstruBR mostra que empresas que seguem a normalização são mais capazes de absorver tecnologias e produzir com qualidade

Por: Altair Santos

O seminário ConstruBR 2017, promovido anualmente pelo SindusCon-SP desde 2015, mostrou que a construção civil brasileira começa a entrar em uma nova era. Em parte pela recessão econômica, em parte pelas mudanças nas relações de trabalho, mas, sobretudo, pela necessidade das empresas de construir com maior qualidade sem impactar em seus custos de produção. O caminho para se atingir essas metas passa por investimento em tecnologia, acompanhado pelo respeito às normas técnicas. Entre os debatedores do ConstruBR 2017, a professora da Escola Politécnica da USP, Mércia Maria Bottura de Barros, foi a que melhor resumiu o momento da construção civil nacional. “Estamos entrando na era da inovação, pautada pelo desempenho”, disse.

Debates no ConstruBR 2017 giraram em torno dos desafios tecnológicos e da normalização da construção civil

Debates no ConstruBR 2017 giraram em torno dos desafios tecnológicos e da normalização da construção civil

Mércia lembrou em sua palestra que o setor levou quase 30 anos para perceber que precisa construir com qualidade, sem perder a competitividade e a capacidade de inovar. “Em 1989, minha tese de mestrado era sobre o desempenho dos contrapisos em edifícios. Na época, estava na moda construir a chamada laje zero, que significa laje sem contrapiso. O que busquei mostrar era que as construtoras estavam tentando racionalizar seus custos, mas sem seguir parâmetros de desempenho. Hoje, infelizmente, ainda não temos uma norma técnica que trate do processo de produção de contrapisos. Mas temos a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575), e sem ela não traríamos à tona esse debate. O mais importante é que a discussão sobre desempenho não está apenas pautando o mercado. Ela já permeia a academia, e isso vai qualificar os cursos de graduação de engenharia civil e de arquitetura”, comentou.

Sem repetir erros
A análise da professora Mércia Maria Bottura de Barros foi reforçada pela observação de Paulo Sanchez, vice-presidente de tecnologia e qualidade do SindusCon-SP, que mediou os debates. Ele lembrou que os Estados Unidos, no período da crise entre 2008 e 2010, são um bom exemplo para a construção civil brasileira. “Em 2010, participei de uma missão do SindusCon-SP nos Estados Unidos. Naquele ano, os norte-americanos estavam em recessão. O que encontramos lá? Vimos as empresas investindo em tecnologia. Havia poucos canteiros de obras, mas as construtoras visitadas estavam trabalhando maciçamente com novas tecnologias, pois sabiam que a crise ia passar, que o país iria retomar o crescimento e elas tinham que estar preparadas para um novo momento. É esse exemplo que temos que seguir”, afirmou.

Sanchez destacou ainda que a construção civil brasileira tem que se preparar para não repetir os erros cometidos entre 2009 e 2010, quando o setor experimentou uma alta significativa no volume de obras e não estava pronto para atender a demanda. “Por conta daqueles erros, o mercado hoje paga um passivo muito grande por não ter investido em tecnologia. Não podemos permitir que aquele cenário se repita quando o crescimento do país voltar”, assegurou. O presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, corroborou o que disse Paulo Sanchez. “Sairão na frente as construtoras melhor preparadas em gestão, qualidade e produtividade”, destacou.

Entrevistados
Reportagem feita com base nas palestras de Mércia Maria Bottura de Barros, Paulo Sanchez e José Romeu Ferraz Neto no ConstruBR 2017

Contato
sindusconsp@sindusconsp.com.br

Crédito Foto: Cia. de Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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