Minhocão se transforma no 1º parque suspenso do Brasil

Projeto do arquiteto Jaime Lerner foi doado em 2017 à prefeitura de São Paulo e será executado em três etapas
13 de março de 2019

Minhocão se transforma no 1º parque suspenso do Brasil

Minhocão se transforma no 1º parque suspenso do Brasil 1024 674 Cimento Itambé
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Previsão é que a primeira etapa abranja 900 metros do elevado e seja entregue até dezembro de 2019. Crédito: Prefeitura de São Paulo

O High Line, famoso parque suspenso de Nova York, inspira a cidade de São Paulo-SP a implantar a ideia no elevado conhecido pelos paulistanos como Minhocão (ex-Costa e Silva e atualmente João Goulart). Inaugurado em 1971, e com 3,4 quilômetros de extensão, o viaduto é uma das principais obras urbanas do século passado no Brasil. Segundo a prefeitura paulistana, até 2020 serão investidos 38 milhões de reais para a instalação do parque sobre as estruturas de concreto armado. A transformação será em três etapas, abrangendo 900 metros cada uma.

Na primeira fase serão executadas obras de segurança e acessibilidade em 9 pontos de todo o elevado, com elevadores e escadas. Também serão implantadas estruturas de proteção nas laterais do elevado, para garantir segurança aos frequentadores. A prefeitura de São Paulo tem como meta ajustar o projeto estrutural, a iluminação, o projeto viário e o transporte público antes de iniciar as obras no elevado. A previsão é que a primeira etapa com a instalação dos acessos seja entregue em dezembro de 2019. Já a segunda fase deve ser concluída até dezembro de 2020. O cronograma da última fase não foi divulgado.

O projeto é do arquiteto, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, que em 2017 fez doação do plano para a prefeitura de São Paulo. Além do High Line, outras duas intervenções urbanas inspiram a criação do primeiro parque suspenso do Brasil: a Promenade Plantée, em Paris-França, construído sobre um viaduto ferroviário, e a revitalização do rio Cheonggyecheon, em Seul-Coreia do Sul. Todas eram áreas degradadas, e se transformaram em pontos turísticos após serem recuperadas.  A revitalização da orla do Rio Guaíba, em Porto Alegre-RS, outro projeto de Jaime Lerner, também influenciou na transformação do elevado.

Parque terá 17,5 mil m2 de área verde e obras para combater 1.500 focos de patologias do concreto

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Projetos de revitalização da High Line, em Nova York; da Promenade Plantée, em Paris, e do rio Cheonggyecheon, em Seul, inspiraram o parque suspenso do Minhocão. Crédito: Prefeitura de São Paulo

No total, o parque terá 17,5 mil m2 de área verde. A lei que criou o novo espaço urbano na capital paulista é de fevereiro de 2018. Ao sancioná-la, a prefeitura se comprometeu, em um prazo de dois anos, a apresentar um projeto de intervenção urbana no local, reorganizando o tráfego para transformar o local em um parque em tempo integral. A reforma também inclui a construção de uma ciclovia ao longo do parque suspenso. Além de grandes floreiras verdes, serão instaladas estruturas de bambu para ampliar as sombras e áreas de descanso. Shows e apresentações artísticas poderão ser realizados em palcos provisórios.

Em 2013, estudo da Poli-USP detectou 1.500 focos de patologias do concreto no Minhocão. Entre elas, infiltrações e fissuras. Isso acelerou o projeto de transformação do elevado em parque suspenso, já que o tráfego intenso de veículos poderia comprometer ainda mais a estrutura. As obras previstas para a primeira fase contemplam a recuperação das patologias.   

Veja vídeo sobre como vai ficar o parque elevado na cidade de São Paulo-SP

Crédito: Jaime Lerner Arquitetos Associados

Entrevistado
Prefeitura de São Paulo
(via assessoria de imprensa)
Contato:
imprensa@prefeitura.sp.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
13 de março de 2019

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