Metrô de Salvador passa longe da gestão de obra

2 de março de 2016

Metrô de Salvador passa longe da gestão de obra

Metrô de Salvador passa longe da gestão de obra 923 612 Cimento Itambé

Trecho de 12 quilômetros da linha 1 levou 16 anos para ficar pronto. Proporcionalmente ao percurso, execução foi a mais demorada do país

Por: Altair Santos

Principal obra de mobilidade urbana da capital baiana, o metrô de Salvador não pode ser considerado um modelo de gestão de obra. Para um trecho de 12 quilômetros, o empreendimento levou 16 anos para ficar pronto. Proporcionalmente ao percurso, a execução foi a mais demorada do país. Além de extrapolar o cronograma, a construção também estourou o orçamento e teve complicações com o projeto.

Estação Pirajá, na capital baiana: ponto final de uma obra cheia de percalços

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Um dos equívocos da obra fez com que o CREA da Bahia abrisse uma investigação. Erros no estudo do subsolo levaram o traçado a se confrontar com uma rede de esgoto ao longo de quatro quilômetros. Isso obrigou a correções que encareceram o empreendimento e fizeram as escavações terem de ser aprofundadas em 12 metros.

Além dos empecilhos técnicos, a obra da linha 1 enfrentou também problemas na licitação. Tribunal de Contas da União e Ministério Público Federal comprovaram que houve uma concorrência viciada entre grandes empreiteiras – atualmente boa parte é investigada na Operação Lava Jato -, o que obrigou a abertura de um novo processo licitatório.

Entre 1999 – quando as obras começaram – e 2013, a linha 1 do metrô de Salvador avançou apenas seis quilômetros. O empreendimento chegou a ficar totalmente paralisado de 2009 a 2012. Foi em 2013, quando o governo do estado da Bahia encampou a construção – até então capitaneada pela prefeitura de Salvador – é que o canteiro de obras foi reativado.

Linha 2 anda mais rápido, pois projeto optou pelo metrô de superfície

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O grupo CCR assumiu o empreendimento e reduziu o projeto inicial da linha 1, que previa 10 estações, para 8 estações. A execução terminou em dezembro de 2015, com boa parte dos recursos bancada pelo governo federal, que incluiu o metrô de Salvador em uma das primeiras fases do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Agora, a capital baiana aguarda a conclusão da linha 2, que mesmo com o cronograma atrasado anda a uma velocidade maior que a linha 1. O novo trecho era para ter 30 quilômetros, mas será inaugurada com 20,7 quilômetros. A prefeitura de Salvador, que voltou a participar do empreendimento, promete entregá-lo até 2018. Somadas as linhas 1 e 2, o custo da obra é de R$ 3,6 bilhões.

Uma característica da linha 2 é que 90% dela é construída na superfície e com elementos pré-moldados. O trecho escavado se dá apenas na junção com a linha 1. Isso permite que a obra ande mais rápido. O modelo de concessão também acelera o ritmo, já que ele conta com a participação da iniciativa privada, através de um contrato PPP (Parceria Público-Privada).

Entrevistado
CCR Metrô Bahia (via assessoria de imprensa)
Contato: faleconosco.metrobahia@grupoccr.com.br

Créditos Fotos: Manu Dias/Pedro Moraes/GOVBA

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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