Megaprojetos que vão desafiar a engenharia até 2030

2 de março de 2017

Megaprojetos que vão desafiar a engenharia até 2030

Megaprojetos que vão desafiar a engenharia até 2030 600 393 Cimento Itambé

Canal da Nicarágua, cidade de Songdo, Khazar islands e ITER. Além de milhões de m³ de concreto, obras envolvem bilhões de dólares

Por: Altair Santos

Mapa mostra trajeto do Grande Canal da Nicarágua, que vai ligar o Atlântico ao Pacífico

Mapa mostra trajeto do Grande Canal da Nicarágua, que vai ligar o Atlântico ao Pacífico

O que vem pela frente em termos de megaobras? Alguns projetos já começam a ser viabilizados e podem se transformar em ícones da engenharia até 2030. Entre eles, o Grande Canal da Nicarágua, com o propósito de concorrer com o centenário Canal do Panamá. O empreendimento era para ter começado em 2014, com financiamento da China, mas houve um recuo, por causa do impacto ambiental. Até agora, foi instituída apenas a empresa que fará a gestão da obra: a HKND Group (Hong Kong Nicaragua Canal Development).

Os números previstos para o Grande Canal da Nicarágua são superlativos. O orçamento estimado é de US$ 50 bilhões – 4 vezes mais que o PIB do país. Entre empregos diretos e indiretos, deve gerar 200 mil vagas, dos quais 50 mil dentro do canteiro. O cronograma estima a construção em 10 anos. A obra terá 278 quilômetros de extensão (quase 4 vezes mais que o Canal do Panamá) e movimentará também a economia da Costa Rica, pois uma fábrica de cimento será instalada no país exclusivamente para fornecer material ao canal. Estima-se consumo anual de 1,1 milhão de toneladas de cimento.

Cidade inteligente de Songdo: projeto está orçado em US$ 35 bilhões

Cidade inteligente de Songdo: projeto está orçado em US$ 35 bilhões

Outra megaobra desafiadora está na Coreia do Sul. É a cidade inteligente de Songdo, que começou a ser construída em 2004 e só deve estar 100% concluída em 2025. O empreendimento ocupará área de 9,3 km² – 2/3 localizados sobre um aterro no Mar Amarelo. O projeto está orçado em US$ 35 bilhões. Songdo quer ser “um laboratório vivo para a construção verde”, como diz Stan Gale, CEO da obra. A cidade terá 45 mil habitantes, 22 milhões de m² de edificações com certificações LEED e sistemas inovadores. Entre eles, reúso de 40% da água e reciclagem de 76% dos resíduos, além de controle inteligente do tráfego de veículos e 100% de cobertura wireless.

Prédio mais alto do mundo e “mini Sol”
Se comparada à Khazar Islands, Songdo é um projeto modesto. A proposta de construir um arquipélago artificial no Azerbaijão nasceu em 2010. Com investimento de US$ 100 bilhões, terá 41 ilhas conectadas por 150 pontes e vai abrigar aeroporto, prédios residenciais, comerciais, shopping centers, hospitais, hotéis, escolas, universidades e outros serviços que possam atender um milhão de habitantes. Construída no Mar Cáspio, Khazar Islands ocupará área equivalente a 3 mil hectares. No centro do arquipélago estará o prédio mais alto do mundo: o Azerbaijan Tower, com 1.050 metros de altura e 189 pavimentos. A megaobra já está em construção e o cronograma prevê que seja concluída em 2030. Atualmente, 1/3 da produção anual de cimento do Azerbaijão, que em 2015 foi de 1,62 milhão de toneladas, é destinada para a Khazar Islands.

Khazar Islands: obras consomem 1/3 do cimento produzido anualmente no país

Khazar Islands: obras consomem 1/3 do cimento produzido anualmente no país

Mais econômico em termos de consumo de concreto – serão 250 mil m³ até o final da obra, em 2030 – o ITER é igualmente um megaprojeto. Com o canteiro instalado a 70 quilômetros de Marselha, na França, o empreendimento científico pretende recriar, para fins industriais, uma usina de fornecimento inesgotável de energia. O ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) busca gerar energia baseada nos mesmos conceitos do sol, ou seja, através da fusão nuclear do hidrogênio a 100 milhões de graus Celsius. O objetivo é que o “mini Sol” gere 500 MW de energia superlimpa por dia. O desafio da obra passa pelas especificações do concreto. A parede do fosso onde ficará o reator (batizado de tokamak) terá 1,5 metro de espessura e a resistência à compressão deve ser de 3 mil toneladas por metro quadrado. Por isso, o concreto deverá atingir pelo menos 250 MPa. Até que o ITER fique pronto, terá consumido 18 bilhões de euros. O projeto conta com investimento de 35 países. Por ter a maior reserva mundial de Nióbio, o Brasil foi convidado, mas não aceitou.

 

 

Entrevistados
– HKND Group (Hong Kong Nicaragua Canal Development) (via assessoria de imprensa)
– Songdo IBD (via assessoria de imprensa)
– Avesta Concern (via assessoria de imprensa)
– Departamento de comunicação do ITER

Contatos
contractor_admin@nicaraguacanal.com
mldinardo@tkprpublic.com
office@avestaconcern.com
itercommunications@iter.org

Crédito Fotos: nicaraguacanal.com/ Songdo IBD/ Avesta Concern/ ITER

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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