Maior túnel do mundo é aberto entre Suíça e Itália

8 de outubro de 2015

Maior túnel do mundo é aberto entre Suíça e Itália

Maior túnel do mundo é aberto entre Suíça e Itália 921 613 Cimento Itambé

Megaobra tem 57 quilômetros e será percorrida por um trem de alta velocidade que, a partir de 2016, unirá as cidades de Zurique e Milão

Por: Altair Santos

Até o começo de 2016, toda a linha férrea que cruza o túnel de Gothard, nos Alpes Suíços, estará concluída. São 57 quilômetros cortando a cadeia de montanhas que é um símbolo da Europa. A perfuração das rochas começou em 2000 e foi concluída em 2011. Em 80% dela foram usados escavadores gigantes e em 20% utilizou-se o método tradicional com explosivos. Conforme o túnel foi avançando, o revestimento das paredes e o radier, ambos em concreto, deram forma ao túnel.

Após vencer última barreira de rocha, túnel entra na fase final da execução

Após vencer última barreira de rocha, túnel entra na fase final da execução

Quando estiver totalmente concluído, o Gothard terá consumido 1,3 milhão de m³ de concreto e 440 mil toneladas de cimento. Com o túnel, a travessia em trem de alta velocidade entre as cidades de Zurique, na Suíça, e Milão, na Itália, será feita em cerca de duas horas. Bem-sucedida desde a etapa de projeto, que começou a ser concebido em 1996, passando pela execução de longo prazo (16 anos), a megaobra já serve de inspiração para outros empreendimentos. Também já foram iniciados projetos para viabilizar um túel ligando Lyon (França) a Turim (Itália) e outro substituindo o túnel Brenner, entre Áustria e Itália – todos cortando os Alpes.

Os 57 quilômetros do Gothard são insuperáveis. Trata-se do maior túnel do mundo. Ultrapassa em extensão o Túnel Seikan, no Japão, que mede 53,85 quilômetros e liga as ilhas de Honshu e Hokkaido. Também é maior que o Eurotúnel, que liga França e Inglaterra, atravessando o Canal da Mancha, e que tem um percurso de 50,5 quilômetros. Para superar os 57 quilômetros, foram extraídos 12 milhões de toneladas de rocha, dos quais 2 milhões de toneladas foram transformados em agregados (brita e areia de brita) para a composição do concreto. Já os resíduos de rocha inadequados para usar como agregados foram utilizados em aterros.

Lado suíço do túnel já está finalizado e pronto para a inauguração em 2016

Lado suíço do túnel já está finalizado e pronto para a inauguração em 2016

Cura do concreto a 20 °C

Duas usinas capazes de produzir 120 m³ de concreto por hora foram instaladas em cada uma das extremidades do túnel, para fornecer material para o revestimento das paredes e a construção do radier que suporta os trilhos. Os agregados chegavam às usinas transportados por trens. Uma megaobra desta envergadura, obviamente, não sai barato. O custo está estimado em 10,1 bilhões de francos suíços – o equivalente a quase 40 bilhões de reais, já considerando a desvalorização da moeda brasileira.

Em termos de uso de tecnologias inovadoras, o Gothard não as poupou. Por ser construído em uma região de baixas temperaturas em boa parte do ano, foi necessário que a engenharia projetasse grandes aquecedores para manter a temperatura entre 20 °C e 25 °C nos trechos concretados do túnel. Com isso, se atingiu a cura ideal do material, dando-lhe uma aparência de concreto envernizado. Além disso, atingida a resistência ideal do concreto, cumpre-se o que determina o projeto: megaobra com ciclo de vida útil superior a 100 anos.

Com a concretagem 100% concluída e os trilhos 94% instalados, começam os testes com os trens

Com a concretagem 100% concluída e os trilhos 94% instalados, começam os testes com os trens

Com a concretagem concluída, e 94% dos trilhos instalados, no dia 1º de outubro de 2015 começaram os primeiros testes com os trens. Esse período deverá se estender até junho de 2016. No segundo semestre do ano que vem haverá as primeiras viagens com trens cargas. Em seguida, virão os testes com passageiros. “Também testaremos a ventilação e o sistema de evacuação de passageiros, em caso de incêndio. Após a abertura, queremos ter o túnel mais seguro da Europa”, diz Renzo Simoni, CEO da AlpTransit Gotthard – consórcio responsável pela construção. A megaobra envolveu dois mil operários no ápice do empreendimento, sendo que nove morreram nas escavações.

Entrevistado
Consórcio AlpTransit Gotthard (via assessoria de imprensa)
Contato: info@alptransit.ch

Créditos Fotos: Divulgação/AlpTransit Gotthard

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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