Madeira da fôrma faz toda a diferença na concretagem

23 de maio de 2013

Madeira da fôrma faz toda a diferença na concretagem

Madeira da fôrma faz toda a diferença na concretagem 682 1024 Cimento Itambé

Material precisa ser certificado e manuseado por mão de obra qualificada. Caso contrário, pode expor a estrutura a patologias

Por: Altair Santos

Apesar de as fôrmas metálicas estarem cada vez mais consolidadas no mercado, principalmente em processos industrializados de construção, são as fôrmas de madeira que ainda predominam em concretagens de vigas, lajes e pilares na maioria das obras brasileiras. Mas é preciso atenção à qualidade da madeira. Se a fôrma for construída com material inadequado, ela pode apresentar falhas de vedação e possibilitar a fuga da nata do concreto, além de permitir deformações nas peças concretadas e perda dos nivelamentos superiores e inferiores. A pressão exercida pelo concreto plástico nas fôrmas é muito grande nas fases de lançamento e adensamento do concreto. A dificuldade aumenta na medida em que a altura e volume das peças também aumentam. Por isso, a madeira precisa ter estrutura mecânica, sobretudo quando se usa concreto autoadensável – cada vez mais comum nas obras -, que requer fôrmas mais resistentes e estanques.

Pablo Marton: fôrmas de madeira normatizadas podem ser reutilizadas mais de 30 vezes.

Como todos os materiais usados em construção civil, as madeiras para fôrmas também precisam ser certificadas e atender as seguintes normas: NR 18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção), NBR 6118 (Projeto de Estruturas de concreto), NBR 9490 (Projeto de Lâmina e Compensado), NBR 14931 (Execução de estruturas de concreto -Procedimento) e NBR 7190 (Projeto de estruturas de madeira). No Brasil, as que mais se adequam a essas exigências são as fôrmas de lâmina de pinus. Em especial, as com aplicação de tego-filme, as chamadas fôrmas plastificadas, e que utilizam a cola WBP – water-boiled proof (resistente a intempéries e fervura) -, capazes de resistir a uma prolongada exposição à umidade, já que a fôrma de madeira não pode absorver a água do concreto, e a variações de temperatura que possam interferir na junção das lâminas.

Uma fôrma que atenda as normatizações, e desde que manuseada corretamente, pode ultrapassar até 30 reutilizações em processos de concretagem. É o que garante Pablo Marton do Nascimento, sócio-diretor da Global Wood do Brasil – empresa especializada na distribuição de produtos madeireiros para a construção civil e sistemas construtivos. “É importante ter em mente que a fôrma de madeira não deve ser considerada um material descartável. Elas podem ser reutilizadas na mesma obra ou em projetos futuros”, diz o especialista, listando os requisitos para conservação das fôrmas:

Uso incorreto da fôrma de madeira pode trazer problema à estrutura de concreto durante a desfôrma.

1) O transporte das chapas deve ser traçado para evitar possíveis lascas nas bordas, quinas e superfícies.
2) O empilhamento deve ser na horizontal e apoiado em pontaletes, de modo que não fiquem diretamente em contato com o chão.
3) Recomenda-se também cobrir os fardos com uma lona ou armazenar em local protegido de umidade e agentes climáticos.
4) Um plano de corte diminui a quantidade de sobras não reutilizáveis. Para o corte, recomenda-se o uso de serra de vídea de modo a não quebrar ou fazer lascas nas formas.
5) Após o corte, a impermeabilização das novas bordas com tinta selante ou emborrachada é muito recomendada, pois evita a infiltração de água pelos topos cortados.
6) Os pregos devem ser introduzidos no sentido perpendicular às lâminas da chapa e nunca nas bordas. A ponta dos vibradores utilizados para adensar o concreto deve ser revestida com borracha e o seu contato com a superfície do compensado deve ser evitado.
7) Após o uso, as fôrmas devem ser lavadas com água sob pressão e receber nova aplicação de agentes desmoldantes para facilitar a próxima operação de desfôrma.
8) O uso correto de produtos desmoldantes está ligado diretamente na boa aparência do concreto e nos altos índices de reaproveitamento das fôrmas.
9) Deve-se ater-se também ao tipo de concreto a ser estruturado, pois existem desmoldantes específicos para o concreto que futuramente será revestido e para o que será aparente.

Concreto aparente

Para determinados tipos de estrutura, a qualidade da madeira da fôrma é ainda mais importante. O concreto aparente é um exemplo, já que ele não permite reparos como pintura, lixamento e retoques. Neste processo, a madeira tem papel fundamental, pois influencia diretamente para impedir a permeabilidade, a carbonatação e a presença de fissuras, garantindo a resistência e a durabilidade desejadas. “Esses requisitos tornam-se ainda mais preponderantes quando se projeta uma estrutura em concreto aparente. Neste caso, a fôrma é protagonista para proporcionar ao concreto o aspecto liso e uniforme. A fôrma ideal para este tipo de estrutura é a forma plastificada, a qual deve estar perfeitamente limpa, utilizando desmoldante de boa qualidade, tomando-se cautela para que este não seja incompatível com o concreto“, alerta Pablo Marton.

Entrevistado
Pablo Marton do Nascimento, sócio-diretor da Global Wood do Brasil
Currículo
– Pablo Marton do Nascimento é graduado em desenho industrial, com ênfase em projeto de produtos, pela UTP (Universidade Tuiuti do Paraná) com pós-graduação em administração e marketing pela FAE Business School e MBA executivo em gestão empresarial pela ESIC Business e Marketing School
– É sócio-diretor da Global Wood do Brasil desde 2006. A empresa é especializada na distribuição de produtos madeireiros para construção civil e sistemas construtivos
Contato: www.globalwoodbrasil.com.brcontato@globalwoodbrasil.com.brpablo@globalwoodbrasil.com.br
Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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