A abertura de uma loja de material de construção não requer apenas um bom ponto em um bairro da cidade. Sua instalação precisa atender dispositivos municipais, que vão desde a lei de zoneamento até a lei de uso do solo do município, como explica o arquiteto e urbanista Edison Borges Lopes. “Essas exigências se devem a questões ambientais, e têm sido bem delicadas em algumas cidades. Obras já foram embargadas por não atenderem as regras. Essas informações devem ser checadas junto aos organismos competentes locais e às prefeituras”, diz.
Presidente da AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), e especializado em projetos para lojas de materiais de construção, Edison Borges Lopes cita que o projeto para uma loja de material de construção deve atender três pontos básicos: localização, edificação e layout. Em localização, o que deve ser observado é se o terreno está adequado ao armazenamento de materiais de construção, se não existe risco de contaminação do solo e se não há problemas de águas pluviais na área em que a loja será construída. Vale verificar ainda se as concessionárias de água, esgoto e energia conseguem suprir as demandas da loja.
Dentro do quesito localização, é importante também realizar um mapeamento da faixa de renda dos moradores no entorno da loja, para ter a percepção do potencial de consumo dos futuros clientes. Isso vai influenciar também no ponto edificação. A partir do perfil dos consumidores, o projeto arquitetônico da loja poderá prever vagas de estacionamento, iluminação, ventilação e acessibilidade. “Se o imóvel for usado, e precisar ser adaptado para uma revenda de material de construção, é importante saber se a estrutura comporta o armazenamento dos itens que serão comercializados”, destaca Edison Borges Lopes.
Perfil do consumidor influencia até no layout da loja de material de construção
O arquiteto e urbanista palestrou em seminário promovido pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) na Feicon 2018, realizada de 10 a 13 de abril, na cidade de São Paulo-SP. Em sua exposição, ele alertou ainda que o perfil do consumidor também vai influenciar no layout da loja. “Na frente do estabelecimento, e perto dos caixas, devem estar os produtos que gerem consumo por impulso. Permitir que o consumidor interaja com os produtos também é fundamental”, reforça. “A loja deve contar uma história para o cliente, estimulando ele a consumir”, afirma.
Outro ponto relevante está relacionado com o trânsito da região. É importante levar em consideração que a loja é um local de intenso processo de carga e descarga, o qual envolve o tráfego de caminhões. Se a localização do depósito estiver em uma região que não permita o trânsito de veículos pesados, a loja pode ficar inviabilizada, alerta o arquiteto. “Além de pensar no acesso dos clientes, e em como o consumidor vai carregar suas compras, é importante viabilizar a carga e a descarga dos materiais que vão para a loja”, finaliza.
Acompanhe a palestra de Edison Borges Lopes
Entrevistado
Reportagem com base em palestra realizada na Feicon 2018, concedida pelo arquiteto e urbanista Edison Borges Lopes, presidente da AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura)
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