Em vez de lajes, prédio britânico terá pistas de skate

2 de março de 2017

Em vez de lajes, prédio britânico terá pistas de skate

Em vez de lajes, prédio britânico terá pistas de skate 962 557 Cimento Itambé

Construção será o primeiro skatepark vertical do mundo e pretende se transformar em um centro de treinamento para Tóquio 2020

Por: Altair Santos

Financiado por um dos homens mais ricos do Reino Unido – o britânico Roger De Haan – o arquiteto Guy Hollaway está prestes a viabilizar o primeiro prédio sem lajes planas. Pistas de skate, com suas conhecidas ondulações, irão substituir as estruturas que dividem os pavimentos. O skatepark vertical será construído na cidade litorânea de Folkestone, na Inglaterra, ao custo de 7 milhões de libras (cerca de R$ 28 milhões).

Projeção com corte de como ficará o skatepark quando construído

Projeção com corte de como ficará o skatepark quando construído

O edifício terá seis andares. Visionário, Roger De Haan foi motivado a financiar a ousada obra depois que o skate foi aprovado como esporte olímpico e passará a integrar os jogos a partir de Tóquio 2020. Outra razão é o clima britânico, onde, mesmo em uma cidade litorânea, usar skate a céu aberto é raro ao longo do ano. Por isso, intuiu que construindo um skatepark vertical viabilizaria um negócio lucrativo para ele e de utilidade pública para os skatistas.

Antes de ter a ideia, Roger De Haan planejava construir um estacionamento vertical no terreno. Após a decisão de erguer o skatepark vertical, o empreendedor contratou a consultoria da construtora Maverick Skatepark, uma das poucas do mundo especializadas em projetos que envolvem pistas de skate. A empresa assumiu a responsabilidade de desenhar as lajes para o edifício.

Como esperado, o piso terá várias alturas em relação ao teto. A mínima será de 2,4 metros e a máxima de 5 metros. “Será como andar em uma paisagem lunar”, diz Guy Hollaway, afirmando que um dos principais desafios será isolar o piso térreo, que será como o de um edifício normal, dos demais pavimentos ondulados. O que também exigirá criatividade será a definição do projeto elétrico e do projeto hidráulico do edifício. “Talvez a solução seja evitar passar as tubulações hidráulicas pelas lajes onduladas, ainda que o projeto preveja banheiros em todos os pavimentos”, diz o arquiteto.

Obras começam no verão britânico

Vista externa do prédio, que será envolvido por uma estrutura metálica para favorecer a ventilação

Vista externa do prédio, que será envolvido por uma estrutura metálica para favorecer a ventilação

A expectativa é de que a construção do edifício comece no verão deste ano, entre julho e agosto. Resolvidos os desafios arquitetônicos, Guy Hollaway avalia que o tempo da obra será relativamente rápido. O plano é que no verão de 2018 o skatepark vertical já esteja operando. Comercialmente, Roger De Haan espera atrair competições internacionais da modalidade, transformando o prédio em uma espécie de centro de treinamento para skatistas europeus que queiram se preparar para Tóquio 2020.

Para a economia de Folkestone, o skatepark vertical também é visto como a oportunidade de manter a cidade ativa mesmo em períodos fora da temporada de verão. “Vemos isso como uma oportunidade para colocar a cidade no mapa”, avalia Guy Hollaway, reconhecendo que se envolveu em um projeto inédito. “Até aonde sabemos, isto nunca foi feito em nenhum outro lugar do mundo. É realmente o primeiro”, finaliza.

 

 

Entrevistado
Arquiteto Guy Hollaway, da Guy Hollaway Architects

Contato
london@guyhollaway.co.uk

Crédito Fotos: Guy Hollaway Architects

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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