Juntas em piso de concreto

29 de julho de 2008

Juntas em piso de concreto

Juntas em piso de concreto 150 150 Cimento Itambé

Por serem estruturas que suportam solicitações de diferentes magnitudes quanto a tipo e forma de atuação, os pisos de concreto devem ser projetados e executados com extrema precaução

Créditos: Engº. Carlos Gustavo Marcondes – Assessor Técnico Comercial Itambé

De maneira simples, as juntas são criadas com a intenção de permitir a livre movimentação da placa, evitando fissuras e trincas decorrentes de tensões durante o processo de retração do concreto, dilatação e ou cargas atuantes na estrutura.

A fim de evitar patologias, o dimensionamento das juntas deve ser feito por um responsável técnico e sua execução por profissionais experientes. De acordo com Marcel Aranha Chodounsky e Fábio André Viecili, no livro Pisos Industriais de Concreto, “estima-se que mais de dois terços das patologias dos pisos de concreto estejam relacionadas com falhas nas juntas”.

Em pisos industriais, encontramos basicamente três tipos de juntas e, para cada tipo, é conferida determinada finalidade:

– As juntas de expansão ou dilatação são aquelas utilizadas para isolar o piso de outras estruturas, como encontro com pilares ou vigas baldrames;

– As juntas de construção são decorrentes da paralisação da concretagem da placa. A finalidade deste tipo de junta é controlar as trincas que, com certeza, ocorrerão neste ponto;

– As juntas de retração ou controle são consideradas trincas induzidas e servem para aliviar as tensões de retração do concreto e combater esforços oriundos da dilatação térmica do material. Esta última merece atenção especial, já que reduz a possibilidade de ocorrerem trincas e fissuras.

No Brasil não existem normas específicas referentes ao projeto e execução de pisos industriais de concreto, mas a bibliografia neste campo é vasta. Abaixo, seguem algumas recomendações:

– Nas juntas serradas o corte deve ser realizado com abertura de 3mm a 4mm e a uma profundidade de, no mínimo, 1/3 da espessura do piso. (Chodounsky, Marcel Aranha, Pisos Industriais de Concreto – Aspectos Teóricos e Executivos – São Paulo, Reggenza, 2007);

– Para pisos de concreto simples (sem armadura) a relação entre a largura e comprimento da placa deve ser de 1:1,5. (Revista Téchne – set/out-99.);

– A PCA (2001) – Portland Cement Association – sugere as dimensões das placas de concreto com base na espessura da placa e diâmetro máximo do agregado. Como exemplo pode-se citar que para uma placa com 20cm de espessura e agregado com diâmetro menor que 19mm, as placas devem ter 5m no máximo (válidos para concretos com abatimentos entre 10cm a 15cm);

– Já a ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland – no Estudo Técnico ET 13 de 1998, que se refere a projeto de juntas em pavimentos rodoviários de concreto – considera para o dimensionamento das placas o tipo de agregado graúdo. Por exemplo: para agregados de pedra britada calcária as placas teriam 6m x 3,75m, abertura da junta variando de 3mm a 4mm e com uma profundidade de 1/3 da espessura da placa.

Depois de executadas, as juntas devem ser tratadas para evitar a entrada de água e materiais sólidos que podem danificar a estrutura. Este tratamento normalmente é feito por meio da selagem das juntas utilizando materiais elastoméricos, que podem ser de várias naturezas, tais como a base de poliuretano, poliuretano modificado com betume, silicone, etc. A determinação do processo e/ou material a ser utilizado no tratamento da junta deve ser feita em função da utilização da área e do projeto do piso.

Por fim, para maior durabilidade do piso, deve ser feita manutenção preventiva das juntas com certa periodicidade, levando-se em conta o seu desgaste durante o tempo em que estiver em serviço.

29 de julho de 2008

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