Invento tenta livrar rodovias e aeroportos da neve

5 de outubro de 2016

Invento tenta livrar rodovias e aeroportos da neve

Invento tenta livrar rodovias e aeroportos da neve 500 298 Cimento Itambé

Pesquisa em universidade de Nebrasca, nos EUA, trabalha na criação de um pavimento de concreto que se mantém aquecido em dias frios

Por: Altair Santos

O inverno no hemisfério norte é sinônimo de transtornos nas rodovias. Mas as chances dos problemas causados pelas nevascas acabarem são grandes. Pesquisa desenvolvida na Universidade de Nebrasca-Lincoln, nos Estados Unidos, trabalha na criação de um pavimento de concreto que se mantém aquecido em dias frios, impedindo o acúmulo de neve. A receita parece simples: fibras de aço, combinadas com partículas de carbono em concreto normal, para torná-lo eletricamente condutivo.

Pequeno trecho em teste na universidade de Nebrasca-Lincoln mostra eficiência em dia de nevasca

Pequeno trecho em teste na universidade de Nebrasca-Lincoln mostra eficiência em dia de nevasca

Batizado de “concreto de degelo” (de-icing concrete, em inglês) pelo seu inventor, o professor-doutor em estruturas, Chris Tuan, o material é visto como um redutor de acidentes no inverno. “Acredito que esse concreto é ideal para recobrir pontes, cruzamentos e rampas de acesso, que são os pontos onde mais acontecem acidentes em períodos de nevasca”, analisa. Tuan também avalia que sua criação é positiva para o meio ambiente, já que para derreter o gelo das nevascas são usadas toneladas de sal todos os anos.

O custo/m³, ou seja, custo por m³ do “concreto de degelo” é de 300 dólares (cerca de R$ 1.000). No entanto, Chris Tuan avalia que ele pode baixar de preço, conforme seu uso torne-se mais comum e a tecnologia ganhe popularidade. De acordo com o inventor, o processo de aquecimento não é complicado. “As aparas de aço e as fibras de carbono conduzem a energia ao longo das placas. Assim, o concreto é conectado a uma fonte elétrica e a corrente passa a aquecer o material”, explica. Os experimentos evoluem desde 2008 e, finalmente, começam a ser testados.

Teste em aeroportos
Na universidade de Nebrasca-Lincoln há um campo de teste. Também em Nebrasca, uma ponte com 45 metros de extensão foi pavimentada com o “concreto de degelo” e vem apresentando bons resultados. O próximo passo será a pavimentação da pista de um pequeno aeroporto na região central dos Estados Unidos, cujo nome é mantido em sigilo. Se a solução trouxer uma resposta positiva, outros aeroportos e rodovias poderão usufruir da tecnologia.

Christopher Tuan, professor-doutor da Universidade Nebrasca-Lincoln: inventor do concreto aquecido

Christopher Tuan, professor-doutor da Universidade Nebrasca-Lincoln: inventor do concreto aquecido

Segundo Chris Tuan, uma equipe de engenheiros que faz parte do aeroporto de Chicago também esteve visitando a universidade para ver o “concreto de degelo”. “Eles se interessaram pelo pavimento nas áreas de desembarque de cargas e de serviços, como alimentação, lixo e combustíveis. Em dias de nevascas, disseram que essas áreas são as mais prejudicadas, causando muitos atrasos”, revela o professor-doutor. “Isso nos deixa muito otimistas”, completa o pesquisador.

O sucesso destas experiências em aeroportos pode fazer a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos adotar o pavimento com “concreto de degelo” como padrão nos terminais aéreos do país em que o risco de nevascas é mais comum. “Apesar do custo de instalação ainda ser o dobro do concreto normal, estamos falando de questões como segurança e ganhos de logística em um período crítico para algumas regiões: o inverno. Além disso, o material tem se mostrado bastante confiável nos testes já realizados”, conclui o também pesquisador da universidade de Nebrasca-Lincoln, Lin Nguyen, que participa da pesquisa coordenada por Chris Tuan – ambos nascidos em Taiwan.

Veja o “concreto de degelo” em funcionamento

Entrevistado
Engenheiro Ph.D em estruturas, Chris Tuan, professor-doutor do departamento de universidade de Nebrasca-Lincoln

Contato
ctuan1@unl.edu

Crédito Fotos: Divulgação/Unl

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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