Infraestrutura deixa de liderar atividade da construção civil

Obras com foco em edifícios aumentaram de 37,2% para 45,8%, segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção
25 de julho de 2019

Infraestrutura deixa de liderar atividade da construção civil

Infraestrutura deixa de liderar atividade da construção civil 1024 567 Cimento Itambé
Das regiões do país, o sul é o que mais cresceu, de acordo com os dados da recente edição da PAIC Crédito: Agência IBGE Notícias

Das regiões do país, o sul é o que mais cresceu, de acordo com os dados da recente edição da PAIC
Crédito: Agência IBGE Notícias

As obras de infraestrutura não lideram mais as atividades da construção civil no Brasil, segundo a mais recente edição da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados de 2017. A infraestrutura responde por 32,2% no levantamento. Quem se destaca são as construções de edifícios, que agora representam 45,8% das atividades do setor.

A participação das obras de infraestrutura no volume de atividades da construção civil caiu de 47,4% para 32,2%, entre 2008 e 2017, enquanto as construções com foco em edifícios aumentaram de 37,2% para 45,8% no mesmo período. Já os serviços especializados da construção civil aumentaram de 15,4% para 22% em 10 anos. Os três setores que formam a indústria da construção geraram 280 bilhões de reais em 2017.

Desse montante, R$ 128,1 bilhões foram movimentados pela construção de edifícios. A infraestrutura respondeu por R$ 90,3 bilhões e outros serviços por R$ 61,6 bilhões. O segmento de obras de infraestrutura também deixou de ser o maior empregador do setor. De acordo com a mais recente PAIC, a construção civil empregava 1,91 milhão de pessoas em 2017, com 126,3 mil empresas ativas. Dos trabalhadores empregados, 37,1% atuavam na construção de edifícios, 35% em serviços especializados e 27,9% na infraestrutura.

Entre 2008 e 2017, a média de pessoas ocupadas nas empresas da construção civil caiu de 32 para 15 pessoas. Já o salário médio mensal passou de 2,7 para 2,3 salários mínimos. Todos os segmentos tiveram queda na média de ocupações. Porém, o segmento que mais perdeu participação no período foi o de obras de infraestrutura. A média de 93 pessoas por empresa caiu para 42, com a média salarial indo de 3,5 salários mínimos para 2,9.

Em função da queda no volume de obras de infraestrutura, a PAIC constatou que o setor público deixou de ser o principal cliente da construção civil. O volume de obras públicas contratadas passou de 42,7% para 31,7%. O setor público também passou a demandar menos construções de edifícios (recuou de 27,2% para 20,7%) e de serviços especializados em construção (diminuição de 23,4% para 21,7%). Como nos demais índices, o período de comparação vai de 2008 a 2017.

Cresce participação da região sul na indústria da construção civil

A PAIC também avaliou o desempenho da construção civil por regiões. Enquanto o sudeste perdeu participação, o sul apresentou os maiores ganhos. No volume de incorporação, obras e serviços de construção, a participação do sudeste passou de 55,5% para 49,8%. A região norte também perdeu participação (de 7,9% para 5,6%), enquanto o sul cresceu de 12,1% para 17,1% e o nordeste de 15,8% para 18,9%. Já a região centro-oeste manteve sua participação estável em 8,7%.

O volume de pessoas ocupadas por região segue o ritmo de incorporações, obras e serviços. Entre 2008 e 2017, houve redução da participação do sudeste (de 51,7% para 48,8%) e do norte (de 6,7% para 5,6%) na quantidade de empregos, enquanto o nordeste cresceu de 19,9% para 21,2% e o sul de 13,5% para 16,3%. A região centro-oeste manteve estável sua participação no número de trabalhadores atuando na construção civil, com 8,1%.

Entrevistado
Reportagem com base nos números da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Contato: comunica@ibge.gov.br

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