Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra como setor da construção industrializada do concreto se comportou em 2016
Por: Altair Santos
Sondagem encomendada pela ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto) revela que a área industrial foi a que mais consumiu pré-fabricados em 2016. Segundo números levantados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a participação do segmento na compra de estruturas de concreto atingiu 19,9%. Já o setor de shopping centers passou para a segunda colocação, com participação de 17,4%. Em 2015, obras de shopping centers foram as que mais demandaram da construção industrializada, consumindo 30,1% da produção.
Em 2016, o segmento de infraestrutura absorveu 14,8% da produção de pré-fabricados de concreto, o que representou crescimento de 6,4% em relação à participação em 2015. Parte desta demanda está relacionada a projetos que vêm desde o início da década, como destaca a presidente-executiva da ABCIC, Íria Doniak. “A construção industrializada foi protagonista de relevantes obras de infraestrutura nos últimos 10 anos. Sem a Industrialização, não teria sido possível atender ousados cronogramas, sempre preservando a qualidade”, diz.
Os dados sobre o desempenho da construção industrializada do concreto estão no Anuário 2016, lançado pela ABCIC. A pesquisa constata que as empresas fabricantes de estruturas pré-fabricadas repetirão pelo terceiro ano consecutivo declínio na produção em razão do contexto negativo que afeta toda indústria da construção. No entanto, as projeções apontam para aumento da atividade em 2017, ainda que timidamente. Segundo o estudo da FGV, o “otimismo” dos empresários do setor se ampara na volta da inflação ao centro da meta, à queda nas taxas de juros e à retomada lenta dos investimentos e do consumo.
Mais tecnologia
A boa notícia para o setor da construção industrializada é que a tecnologia está cada vez mais presente na produção de estruturas pré-fabricadas. Seguindo tendência internacional, a indústria do setor passa a utilizar concretos com resistência e desempenho cada vez maiores, trabalhando com estruturas mais esbeltas e, portanto, mais leves. Porém, ressalta o estudo da ABCIC, só se beneficia desta tecnologia quem investiu em modernas centrais dosadoras de concreto e em laboratórios que dominam os múltiplos coeficientes e as respectivas resistências do concreto.
A sondagem da FGV detectou que os investimentos em tecnologia se deram principalmente em 2013 e 2014. A partir de 2015, a proporção de empresas que se dizem com dificuldades em realizar investimentos aumentou para 80%, entre todas as que mantêm em atividade. Em relação à ampliação na área de produção, o percentual caiu 30% – comparativamente, em 2013 foram 78% que investiram para aumentar a produção. Entre os fatores apontados com maior frequência como limitadores de investimento estão a incerteza com relação à política econômica e a insuficiência de demanda.
A pesquisa teve a coordenação da economista Ana Maria Castelo e foi aplicada e analisada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV. É o quarto ano consecutivo que a FGV/IBRE realiza o estudo para a ABCIC.
Confira aqui a íntegra da sondagem.
Entrevistado
ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto), com base nos dados apresentados no lançamento do Anuário 2016 da entidade
Contato
abcic@abcic.org.br
Crédito Foto: Divulgação