Índia também desperta para a construção industrializada

4 de outubro de 2017

Índia também desperta para a construção industrializada

Índia também desperta para a construção industrializada 600 338 Cimento Itambé

Cidade planejada utiliza tecnologia alemã e consegue erguer torres residenciais com 15 pavimentos em pouco mais de cem dias

Por: Altair Santos

Cada torre da Bharat City tem suas estruturas montadas em 105 dias

Cada torre da Bharat City tem suas estruturas montadas em 105 dias

Em 2015, quando nasceu o projeto da Bharat City, a ideia era construir as nove mil unidades habitacionais através do método convencional, ou seja, lajes de concreto dosado em central e paredes erguidas com tijolos cerâmicos. Com o início da obra, localizada na Índia, a 20 quilômetros de Nova Deli, concluiu-se que naquele ritmo o empreendimento poderia levar até sete anos para ficar pronto. Foi quando se decidiu importar a tecnologia alemã de construção pré-fabricada de paredes de concreto. Com a industrialização, em dois anos a primeira fase da smart city está concluída e o canteiro de obras da segunda etapa já começa a ser instalado.

A Bharat City faz parte do programa Housing for All, criado pela Índia para combater o déficit habitacional no país. É um desafio ao governo indiano, que a cada ano vê a população aumentar 1,5 milhão. Por isso a necessidade de investir em tecnologias que permitam construir industrialmente. Outro dilema da construção civil na Índia está relacionado à mão de obra. Pelo menos por seis meses no ano, os trabalhadores abandonam os canteiros de obra para trabalhar na agricultura, em períodos de colheita, principalmente de algodão, arroz e cana-de-açúcar.

Com a industrialização da construção na Bharat City, os empreendedores conseguiram erguer uma torre com 15 pavimentos em 105 dias, usando apenas 100 trabalhadores. Cada prédio usa três mil elementos de concreto pré-fabricado, entre lajes treliçadas, paredes portantes e não-portantes, escadas e varandas. Após a instalação da fábrica para produzir as peças, e o treinamento da mão de obra, a fabricação entrou em um ritmo de produção de 1.500 m2 por dia. “A parceria com fabricantes alemães, que nos emprestaram a tecnologia, permitiu elementos de concreto pré-fabricado com excelente estabilidade dimensional”, diz Kumar Bharat, que está à frente da construção da smart city indiana.

Fábrica para produção dos elementos de concreto, instalada na Índia: tecnologia alemã

Fábrica para produção dos elementos de concreto, instalada na Índia: tecnologia alemã

Vantagens
Outro obstáculo vencido pela industrialização foi o do clima na região. “Conseguimos produzir independentemente das condições climáticas, geralmente marcadas por sol intenso e chuvas sazonais”, completa Kumar Bharat, que elenca as vantagens do sistema construtivo:
1. A produção em ambiente controlado resulta em elementos de alta qualidade.
2. A redução em série reduz custo.
3. Dispensa o reboco nas paredes, pois o acabamento é perfeito.
4. É possível seguir com a construção em qualquer condição climática.
5. Melhora os padrões de segurança e saúde dos operários.
6. Com planejamento e gerenciamento controlado se obtém alta velocidade na montagem.
7. Emprego de menos mão de obra.
8. Molduras de portas e janelas podem ser instaladas nos painéis da parede antes da montagem.
9. Conduítes e caixas de eletricidade podem ser incorporados nos painéis pré-moldados.
10. Menor número de colunas na área construída.

A tecnologia alemã garante que as torres residenciais da Bharat City tenham vida útil de 100 anos. Acoplado à ferramenta BIM, e adaptada às condições da construção civil indiana, ela tende a se disseminar no país. A própria construtora da Bharat City já se sente estimulada a construir 28 indústrias para produzir elementos pré-fabricados e criar mais smarts cities em toda a Índia.

Veja vídeo sobre a produção de elementos pré-fabricados de concreto para a Bharat City:

Entrevistado
Kumar Bharat, CEO da BCC Infrastructure (via departamento de comunicação)

Contato
sales@bccinfra.com

Crédito Fotos: Weckenmann

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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