Geração Millenials refuta modelos tradicionais de imóveis

Novo consumidor não quer mais morar em unidades com conceito unifamiliar e também descarta financiamentos longos
20 de março de 2019

Geração Millenials refuta modelos tradicionais de imóveis

Geração Millenials refuta modelos tradicionais de imóveis 1024 683 Cimento Itambé
Marcos Kahtalian

Marcos Kahtalian, na palestra “O que está mudando no comportamento do consumidor”: confirmando tendência mundial. Crédito: Prefeitura de Curitiba

Em 2018, 15% da geração Millenials dos países que possuem mercado imobiliário regular seguiam morando com os pais. Trata-se de consumidores com idade entre 25 e 38 anos, que ainda não constituíram família e que, somente nos Estados Unidos, deixaram de comprar 2,2 milhões de residências na comparação com a geração X, quando essa estava na mesma faixa etária. É o que mostra a pesquisa da norte-americana LEK Consulting, encomendada por bancos de investimento com negócios em boa parte do mundo. As razões também estão explicitadas no estudo: parte dos millenials refuta o modelo tradicional de imóveis, voltado para o conceito unifamiliar, e também descarta estar amarrado a hipotecas e financiamentos de longo prazo.

Soluções como coliving e coworking, em prédios comprovadamente sustentáveis, capazes de agregar as modernas tecnologias, são as apostas do mercado para virar esse jogo e criar uma nova geração de compradores de imóveis. Afinal, de acordo com a LEK Consulting, os millenials começarão a se tornar maioria em cargos de liderança a partir de 2023. “A projeção é que, somente nos Estados Unidos, 1,54 milhão de jovens adultos galgue a esses postos nos próximos cinco anos. Mas, apesar das dinâmicas econômicas e comportamentais, essa geração não tem a cultura de comprar nem de acumular residências. Ela busca praticidade e conforto. Quer estar em todos os lugares”, resume o relatório. É o que explica fenômenos como Airbnb, por exemplo.

Mercado imobiliário precisa acompanhar tendências das futuras gerações

O estudo também leva em consideração a parcela dos millenials com baixo nível de escolaridade. Essa é a que tende a permanecer na casa dos pais até perto dos 40 anos. São mudanças comportamentais que no Brasil seguem a mesma tendência. Recentemente, no evento “Os caminhos da inovação na construção civil”, realizado em Curitiba, o sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, Marcos Kahtalian, apresentou dados que vão ao encontro da pesquisa da LEK Consulting. Ele mostrou a palestra “O que está mudando no comportamento do consumidor” e definiu o que está acontecendo com a seguinte frase “As pessoas estão comprando menos tijolos e mais a possibilidade de ter experiências. Elas não querem mais a casa na praia, mas poder usufruir do compartilhamento de residências, que existe em qualquer lugar do mundo”, resume.

Marcos Kahtalian cita que um dos problemas do mercado imobiliário é que ele está sempre uma geração atrás. “O mercado está pensando na geração X e o mundo já está conectado no ritmo dos millenials. Como integrar isso é o grande dilema. Mas já existem empresas se atualizando. As que fazem plantas adaptáveis estão entre essas. Idem para as que unem ambiente de escritório com o de residência. Da mesma forma, construtoras que abdicam de vagas de garagem para oferecer outros diferenciais aos clientes, como bicicletários, por exemplo, também começaram a se adaptar a esses novos tempos”, conclui.

Leia estudo do Núcleo Real Estate da Poli-USP sobre o assunto

Entrevistados
Reportagem com base na pesquisa “Volatilidade no setor da construção”, da LEK Consulting, e na palestra “O que está mudando no comportamento do consumidor”, de Marcos Kahtalian, sócio-diretor da Brain Bureau de Inteligência Corporativa

Contato: pressus@lek.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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