Futuras gerações de engenheiros terão de ser parceiras da natureza

13 de outubro de 2011

Futuras gerações de engenheiros terão de ser parceiras da natureza

Futuras gerações de engenheiros terão de ser parceiras da natureza 150 150 Cimento Itambé

X CBDMA (Congresso Brasileiro do Meio Ambiente) debate papel dos profissionais diante de paradigmas que desafiam a construção civil

Por: Altair Santos

Uma nova geração de engenheiros e arquitetos começa a ganhar espaço na construção civil. Trata-se dos sustentabilistas, que planejam obras que busquem parceria com o meio ambiente, em vez de querer confrontá-lo. O desafio destes novos profissionais é levar qualidade de vida às cidades, cujo tema estará no centro dos debates que acontecerão no XCBDMA (Congresso Brasileiro do Meio Ambiente), promovido de 26 a 28 de outubro pelo Clube de Engenharia Brasil, no Rio de Janeiro.

Virgínia Salerno: engenheiros desenvolvimentistas tendem a perder espaço para os sustentabilistas

Segundo a coordenadora do evento, a engenheira e arquiteta Virginia Maria Salerno Soares, o novo olhar que engenheiros e arquitetos demonstram ter em relação à natureza revela que há boas chances da construção civil e do meio ambiente encontrarem uma convivência harmoniosa. “As novas gerações estão vindo com uma consciência maior sobre a relação entre o homem e o meio ambiente. Imagino que elas pensam em respeitar mais a natureza em seus projetos, ao invés de querer controlá-la de forma abusiva. Mas ainda há os desenvolvimentistas, engenheiros de gerações mais antigas, que ainda acreditam que isso é intriga da oposição”, diz.

Para Salerno, a busca do ponto de equilíbrio entre construção civil e meio ambiente passa por investimento em pesquisa e descoberta de novos materiais. “Não há como fazer diferente, este é o único caminho: investir em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), mirando o desenvolvimento sustentável, com metodologias que abarquem o equilíbrio entre as variáveis econômicas, sociais e ambientais”, avalia, completando que as escolas de engenharia têm papel fundamental nesta engrenagem: “Para isso, será necessário mudar o pensamento dos professores que hoje atuam nestas escolas. Em sua grande maioria, são professores ainda treinados com uma visão cartesiana e linear de ciência”.

A organizadora do X CBDMA, no entanto, acha que as universidades já demonstram interesse em mudar.  “Na verdade, o setor educacional é uma grande roda e como toda grande roda o seu movimento é lento e gradual. Mas para entender o conhecimento da sustentabilidade é necessário enfrentar a complexidade e os paradigmas que a cercam. Acredito que, conforme a sociedade cobrar mais tecnologias sustentáveis, mais avanços serão comemorados. No entanto, ainda temos muito que caminhar”, afirma.

Código Florestal
Entre os debatedores que estarão abordando a qualidade de vida nas cidades, dentro do X CBDMA, destacam-se o economista e ambientalista Sérgio Besserman e o arquiteto, paisagista e urbanista francês Thierry Jacquet, que colabrou na despoluição do rio Sena, em Paris, e projetou a reconstrução de mananciais em três rios no entorno de Shangai, na China, além da reurbanização da Baia de Alger, na Argélia. Por isso, há expectativa de que o novo Código Florestal, no tocante às cidades, seja abordado no congresso. “Como o meio ambiente é matéria transversal, certamente este assunto entrará na pauta dos nossos debatedores durante as mesas redondas”, prevê Virginia Maria Salerno Soares.

Nova geração de engenheiros vai precisar respeitar a natureza, em vez de querer confrontá-la

Entrevistada
Virginia Soares, coordenadora da Divisão de Ciência e Tecnologia do Clube de Engenharia
Currículo

– Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – UFRJ, em 1990
– É mestre em Engenharia dos Transportes, com ênfase em “Análise e Diagnóstico de Empresas de Transporte”, pela Coppe/UFRJ, em 1997
– Tem doutorado em Engenharia de Produção, com ênfase em “Metodologias de Pesquisa, Projeto e Gestão Participativa para a Inovação Tecnológica e o Desenvolvimento Sustentável”, pela Coppe/UFRJ, em 2003
– É gerente de Recursos Humanos da CET-Rio desde janeiro de 2009
– Diretora do Centro de Educação para o Trânsito da CET-RIO desde outubro de 2007.
– Conselheira do Clube de Engenharia junto ao CONEMA
– Coordenadora da Divisão de Ciência e Tecnologia do Clube de Engenharia
– Foi professora adjunta da cadeira de Metodologia e Pensamento Lógico, da UNIGRANRIO (Universidade do Grande Rio) e pesquisadora da COPPE-UFRJ, no Projeto Pesquisa Participativa para Formação Profissional Negociada (PPFPN), promovido pela CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e pelo Ministério do Trabalho

Contato
virginiasalerno.salerno@gmail.com
xcbdma@clubedeengenharia.org.br

Créditos Fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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