Inadimplência residual, desemprego em baixa e crédito farto mantêm otimismo do setor e também da Caixa Econômica Federal para 2012
Por: Altair Santos
Estudo realizado pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo) revela que o crédito para financiamento imobiliário seguirá com viés de alta ao longo de 2012. Sustentam a projeção dados como uma das menores taxas de inadimplência do setor, estimulada pelo baixo índice de desemprego e por saldo crescente da caderneta de poupança. A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) corrobora a expectativa e estima que, através da caderneta de poupança, os recursos para crédito imobiliário ultrapassem os R$ 100 bilhões este ano.
Além de Secovi-SP e Abecip, a Caixa Econômica Federal também tem números que indicam a sustentabilidade do financiamento imobiliário. “Atualmente, a inadimplência da carteira imobiliária da Caixa está em 1,7%. Comparativamente, é uma das menores da história do banco. Em junho de 2003, chegou a 3%. E em tempos de inflação desmedida, a 15%. O setor de crédito imobiliário possui um crescimento sustentável em função da disponibilidade de crédito, aliado a qualidade com que se constitui a carteira, a agilidade da economia e a diminuição do desemprego”, avalia Suely Yara Perez Molinari, gerente regional de habitação e construção civil da Caixa.
Outro instrumento que estimula o financiamento imobiliário é a garantia trazida pela lei 9.514, que a partir de 2007 passou a ser aplicada pelo mercado e que instituiu a alienação fiduciária em substituição à hipoteca, cujo processo judicial de retomada do imóvel é mais demorado. Com a alienação, a propriedade do imóvel é transferida para o banco como garantia e só é repassada para o comprador após a quitação da dívida. Em caso de atraso, a retomada do bem é permitida após 90 dias de inadimplência.
Todos esses componentes estimulam a Caixa Econômica Federal a projetar que em 2012 os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) irão financiar mais do que as 493 mil unidades de 2011. Explica Suely Yara Perez Molinari, que o SBPE é uma linha de crédito imobiliário para operações enquadradas no Sistema Financeiro Habitacional (SFH), para imóveis com valor até R$ 500 mil, e financiamentos fora do SFH com valor superior a esse. As taxas variam de 9,5% a 12% ao ano.
O SBPE, portanto, não abrange financiamentos de habitações de interesse social. “O financiamento de habitações de interesse social possui linhas específicas mais adequadas a atender as necessidades dessa faixa da população, que é o caso de recursos do OGU (Orçamento Geral da União) e do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial) utilizados na faixa I do MCMV (Programa Minha Casa, Minha Vida) e do FGTS, para imóveis com valor até R$ 150 mil (no caso de Curitiba/PR)”, diz Suely Yara Perez Molinari.
Sistemas construtivos
O bom momento do crédito imobiliário também tem aberto oportunidades para que sistemas construtivos inovadores obtenham financiamento na Caixa Econômica Federal. Atualmente, o banco já tem credenciados 36 modelos tecnológicos para a construção civil. “O mercado imobiliário tem buscando alternativas econômicas e sustentáveis e a Caixa sempre apoia as inovações tecnológicas para o setor habitacional, quando elas são devidamente certificadas pelos organismos competentes”, completa a gerente regional de habitação e construção civil da Caixa Econômica.
Entrevistada
Suely Yara Perez Molinari, gerente regional de habitação e construção civil da Caixa Econômica Federal
Currículo
– Formada em administração de empresas e pós-graduada em Gestão de Negócios
– Atua como gerente regional de habitação e construção civil da Caixa Econômica Federal em Curitiba
Contato: comunicacaoregional.pr@caixa.gov.br