Fibras para Concreto

9 de fevereiro de 2010

Fibras para Concreto

Fibras para Concreto 150 150 Cimento Itambé

Fibras de diversos tipos e composições ajudam a reforçar características importantes para o concreto

Créditos: Engº Jorge Aoki – Gerente de Assessoria Técnica da Itambé

Fibras para Concreto

As fibras para concreto vêm aos poucos ocupando um espaço significativo como material componente. Assim como os aditivos líquidos, tudo indica que sua utilização será quase obrigatória em poucos anos. Hoje em dia, não se imagina mais elaborar uma dosagem sem incorporar um aditivo polifuncional ou superplastificante, não só pela questão econômica, mas técnica também, pois em determinadas aplicações o resultado final é incomparável. Podemos dizer que, nestas últimas três décadas, os aditivos foram os que mais evoluíram como materiais componentes do concreto.

Será que agora “a bola da vez” são as fibras? Ou as adições como metacaulim e sílica ativa? Quem ganha com esta “briga” são os tecnologistas, pois podem dispor de muitos recursos para dosar um bom concreto. Vale lembrar que estes materiais não são “milagrosos”, ou seja, não são como uma poção mágica que adicionamos em um concreto ruim e, de repente, tudo fica bom. Eles são ótimos para reforçar ou melhorar uma característica que o concreto já tenha ou alterar alguma propriedade que queremos reduzir como a retração. Portanto, o segredo sempre é fazer uma boa dosagem.

Na realidade, fibras, aditivos e adições se completam e podem ser utilizados em conjunto com ótimos resultados.

Evolução dos tipos de fibras e suas aplicações

As fibras são fabricadas em diversos materiais, diâmetros e comprimentos. Podem ser usadas praticamente em qualquer tipo de concreto, inclusive combinadas, para atender simultaneamente a finalidades diferentes. Assim, podemos precisar de um reforço no concreto para altas temperaturas e um aumento do módulo de deformação ao mesmo tempo.

Hoje no mercado encontramos diversos tipos de fibras: polipropileno, aço, vidro, nylon, poliéster, carbono, sintética, celulose, amianto, sisal e fibras vegetais.

No passado, as fibras para concreto eram utilizadas apenas para evitar a retração ou reforçar a resistência mecânica. Mas, atualmente diversas aplicações foram incorporadas. Um bom exemplo é o uso de fibras de polipropileno em concretos submetidos a altas temperaturas ou com grande risco de incêndio. Nesta situação, ocorre a extinção das fibras e em seu lugar surgem diversos canais interligados na massa de concreto, que aliviam a pressão interna gerada pelo vapor d’água e evitam o desplacamento.

Outro avanço importante foi a redução do diâmetro, do comprimento e da flexibilidade das fibras. No passado, para se evitar a retração era usada uma fibra de polipropileno em forma de ráfia, que ficava aparente na superfície do concreto, prejudicando muito a textura e o acabamento. Nesta nova geração, após o concreto estar endurecido, não percebemos mais a presença das fibras.

Outra dificuldade do passado também foi reduzida bastante – a mistura das fibras no concreto. Antes as fibras eram separadas manualmente e colocadas na correia transportadora dos agregados aos poucos para ficarem distribuídas homogeneamente. Com as novas dimensões e outra boa evolução – as embalagens hidrossolúveis – a mistura fica muito facilitada. Nas utilizações convencionais a dosagem varia de 600 a 900 g/m3.

Ainda nesta questão da fissuração por retração e reforço na estrutura do concreto as fibras de aço também são largamente utilizadas. Obtidas a partir do arame trefilado, lã de aço ou ainda chapas de aço cortadas, tem como característica o módulo de deformação alto o que facilita seu desempenho nestes objetivos. As dosagens são muito variadas, dependendo da finalidade, e sua utilização vai desde o concreto convencional até o pavimento rígido, passando por pisos, pátios e estacionamentos.

Mais recentes no mercado, dois outros tipos de fibras estão incorporando tecnologia ao concreto: as fibras de vidro e as macrofibras sintéticas estruturais.

As fibras de vidro são obtidas em um processo de fusão de sílica, diferentes, porém, do que conhecemos como fiberglass, utilizada na indústria automobilística e outras. Têm módulo de elasticidade muito alto e atendem bem às questões de retração e reforço estrutural do concreto. As macrofibras sintéticas são formadas por monofilamentos sintéticos e tem a finalidade principal de substituir armaduras e fibras de aço até certo grau de solicitação. Podem ser utilizadas em pisos, pavimentos com grande solicitação de tráfego e pré-fabricados em geral. Também são fornecidas em embalagens hidrossolúveis o que facilita sua mistura no concreto.

As fibras, de maneira geral, podem melhorar de fato outras propriedades do concreto como a ductibilidade (capacidade de se deformar) ou a baixa permeabilidade, mas ainda não temos normas brasileiras para o concreto reforçado com fibras – CRF e os profissionais da construção civil, projetistas e construtores, precisam conhecer melhor as características destes materiais. Mas o avanço já é muito bom.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Vogg Branded Content

9 de fevereiro de 2010

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