Expectativa do mercado imobiliário é crescer 6% em 2015

8 de abril de 2015

Expectativa do mercado imobiliário é crescer 6% em 2015

Expectativa do mercado imobiliário é crescer 6% em 2015 1024 683 Cimento Itambé

Nova presidente da Ademi-PR avalia que, apesar das indefinições da macroeconomia, quem aliar conhecimento com criatividade tende a manter vendas

Por: Altair Santos

A engenheira civil e diretora de marketing da Construtora San Remo, Aline Perussolo Soares, é a primeira mulher a assumir a presidência da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) – entidade que representa as construtoras e incorporadoras no Estado. Empossada em 24 de fevereiro de 2015, a empresária afirma que o objetivo de sua gestão (2015-2016) é trabalhar para que as empresas do setor mantenham a produtividade, a fim de que o lançamento de unidades novas cresça 6% em relação a 2014. Esta estimativa e outras análises estão na entrevista a seguir. Confira:

Aline Perussolo Soares: primeira mulher a presidir a Ademi-PR

Em um ano de estresse econômico, quais são os desafios para as construtoras e incorporadoras paranaenses?
O atual momento é de indefinições quanto às diretrizes da política econômica nacional. As construtoras e incorporadoras têm de esperar o cenário se estabilizar, especialmente quanto à opção que será feita pela equipe de governo: se por investimento ou por corte de custeio, para concluir o seu planejamento em definitivo. Na área empresarial, especificamente quanto ao mercado imobiliário, o desafio é as empresas manterem a produtividade ante a uma economia que se encontra em ritmo mais lento. Ainda assim, estamos numa situação mais favorável do que em épocas anteriores, marcadas por mudanças de planos econômicos, congelamentos, oferta de crédito restritiva, inflação descontrolada e em níveis estratosféricos. Além disso, se o momento apresenta desafios, também oferece oportunidades para as empresas usarem a criatividade e o conhecimento construído ao longo dos anos para buscar novas soluções, fazer diferente, inovar, sem desconsiderar as experiências anteriores, elevando a qualidade dos produtos e serviços colocados no mercado.

O setor de construção imobiliária no Paraná projeta crescimento para 2015, em relação a 2014?
Em função das indefinições da macroeconomia, nesse momento, é difícil elaborar previsões. É preciso que o cenário se estabilize para fazermos projeções mais alinhadas com a realidade do mercado. Entretanto, estamos otimistas, e acreditamos que o número de unidades lançadas em Curitiba nesse ano seja, no mínimo, 6% superior ao ano de 2014. Além disso, o imóvel novo tende a continuar em valorização, com índices muito próximos da inflação.

Sob o ponto de vista de ganhos de produtividade das construtoras, a senhora acredita que elas estão preparadas para obter ganhos nesta área?
Acreditamos, sim, que as construtoras e incorporadoras podem garantir produtividade nesse ano. Em alguns segmentos, como o da habitação econômica, isso se dará em termos de aumento de lançamentos, visto que esse é um setor em que a demanda é latente. No Paraná, muitas empresas diversificaram seus negócios nos últimos anos, inclusive expandindo a sua atuação para cidades do interior do Estado, que ainda não chegaram à fase de “pós-boom” imobiliário, o que, no conjunto das receitas apuradas, deve garantir o faturamento. O segmento de alto padrão e luxo é, naturalmente, mais estável quanto à relação oferta e demanda, visto que se trata de um nicho de mercado para atendimento das altas rendas da cidade, e deve-se manter constante. Já para as habitações de padrão standard, com preço de R$ 250 mil a R$ 400 mil, que atende a classe média e, proporcionalmente aos demais setores, ele apresenta maior concorrência. As oportunidades estão no desenvolvimento de projetos exclusivos, com menos unidades e com diferenciais que garantam maior valor agregado para a venda.

Em sua posse, a senhora disse que uma de suas metas é contribuir para que as associadas da Ademi-PR conquistem desenvolvimento técnico e profissional. A senhora poderia explicar melhor esse ponto?
A nova gestão da Ademi-PR pretende ampliar a qualificação técnica de seus dirigentes e profissionais do mercado de incorporação imobiliária, por meio de uma agenda de capacitação, que compreende a promoção de cursos e palestras exclusivos e periódicos aos associados. Na área estratégica, nosso objetivo é ampliar o escopo da pesquisa de mercado que é realizada pela entidade de classe, agregando novas categorias de monitoramento como, por exemplo, sobre a oferta e os preços dos terrenos comercializados na capital paranaense, otimizando o uso desse levantamento enquanto ferramenta de planejamento e de venda pelas empresas associadas.

Hoje é sabido que sistemas construtivos industrializados estão cada vez mais confiáveis e mostrando ser bem competitivos. A Ademi-PR pretende estimular que as empresas invistam em sistemas que garantem obras com cronogramas mais enxutos?
A construção civil brasileira avançou muito nos últimos anos em tecnologia, no que se refere a sistemas construtivos. Entretanto, é importante destacar que muitos deles ainda estão em processo de certificação junto aos organismos responsáveis, e até mesmo a agentes financeiros, para a concessão de crédito imobiliário, assim como alguns funcionam em caráter de projeto-piloto. O mesmo vale para os materiais empregados na construção. Ao mesmo tempo em que a nova Norma de Desempenho das Edificações aumentou as exigências de qualidade desses insumos na obra, também obriga que os materiais passem por ensaios laboratoriais ou contem com certificação por organismo autorizado para uso nas habitações, o que ainda está em processo de adequação pelos fornecedores. Esses avanços são altamente relevantes e terão uma participação cada vez maior no setor nos próximos anos. De modo geral, a construção civil no país ainda é bastante artesanal, não apenas em função do custo de incorporação das novas tecnologias, mas também por esses processos de certificação de qualidade. Enquanto entidade de classe, somos apoiadores e incentivadores das novas tecnologias na construção civil, desde que conjuguem produtividade e qualidade, sem onerar empreendedores e compradores, e na medida em que não gerem impactos sociais bruscos quanto à geração de emprego e renda no setor.

Com relação a itens como sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, como sua gestão pretende atuar?
Buscar alternativas para diminuir os impactos da construção civil no meio ambiente já é prioridade na gestão das construtoras e incorporadoras. Não apenas pela implantação de procedimentos e práticas menos agressivas no canteiro de obras, como otimização de uso e reaproveitamento dos materiais, mas também em sistemas inteligentes quanto à utilização dos recursos naturais nos empreendimentos, como captação da água da chuva, sensores de iluminação e placas de captação da energia solar para aquecimento da água. Do mesmo modo, a descoberta e o repasse de informações sobre técnicas mais sustentáveis na construção civil estão entre as prioridades da nossa gestão. Inicialmente, vamos subsidiar a disseminação e adesão a esse conceito por meio da realização de ações, junto aos associados, que permitam o conhecimento e o intercâmbio de experiências sobre as novas soluções e tecnologias utilizadas no setor. Nosso intuito é que esse trabalho seja realizado em parceria com outras entidades representativas do setor, como SindusCon-PR, Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e as demais Ademis do Brasil.

Em que patamar as construtoras e incorporadoras paranaenses encontram-se hoje, sob o aspecto de volume de obras e solidez nos negócios, em relação a outros estados?
Essa avaliação depende do referencial para comparação, que pode ser tanto uma cidade como São Paulo quanto Porto Alegre, que estão em situações bastante diversas. De modo geral, é possível afirmar que o mercado imobiliário paranaense, especialmente em Curitiba, atingiu a sua maturidade e encontra-se numa fase de adequação entre oferta e demanda, com a redução das unidades em estoque. Os dados mostram um salto na participação da incorporação imobiliária formal, ou seja, obras realizadas por construtoras e incorporadoras. Em 2007, um terço das unidades residenciais foi licenciada por meio da incorporação formal. No ano passado, metade das unidades residenciais foi licenciada pelas construtoras e incorporadoras, o que indica maior profissionalização do setor e mais qualidade técnica e confiabilidade dos empreendimentos imobiliários. Quanto aos preços, os dados mostram que os imóveis novos continuam a valorizar na capital paranaense, dentro de um patamar de regularidade.

Hoje, com quantos associados conta a Ademi-PR e com que áreas eles estão relacionados?
Atualmente, a Ademi-PR conta com aproximadamente 50 associados, entre construtoras, incorporadoras, imobiliárias e empresas com atuação diretamente relacionada ao mercado imobiliário do Paraná, sendo que a maioria das empresas está situada em Curitiba e região metropolitana. Entre os objetivos dessa nova gestão, está a ampliação do quadro associativo, inclusive com a adesão de construtoras e incorporadoras do interior do Paraná.

Ainda compensa investir em imóveis?
Adquirir um imóvel para investimento sempre é um bom negócio porque, mais do que uma alternativa de diversificar as aplicações financeiras, trata-se da constituição de um patrimônio. Mas é importante atentar-se que, somado ao seu baixo risco, é uma operação com resultados no longo prazo. O momento também é bastante favorável para quem busca um imóvel para moradia, pois, o mercado oferece uma gama ampla de opções, com condições de pagamento atrativas.

Veja como ficou a nova diretoria da Ademi-PR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entrevistada
Engenheira civil Aline Perussolo Soares, com pós-graduação em marketing, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e diretora de marketing na Construtora San Remo
Contato: ademipr@ademipr.com.br

Crédito Foto: Divulgação/ Carol Sábio

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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