Estádio do Corinthians usa tecnologia alemã para ser um dos mais modernos do mundo

25 de novembro de 2011

Estádio do Corinthians usa tecnologia alemã para ser um dos mais modernos do mundo

Estádio do Corinthians usa tecnologia alemã para ser um dos mais modernos do mundo 150 150 Cimento Itambé

Obra vai interagir com o meio ambiente, a fim de poupar energia e água. Além disso, projeto aposta no pré-moldado para ganhar tempo e evitar desperdício de materiais

Por: Altair Santos

A nova Arena Corinthians nasce regida por um novo modelo de engenharia e arquitetura. Segundo o arquiteto Aníbal Coutinho, que idealizou o projeto, o que vai nortear o estádio é a economia. “Buscamos um custo operacional baixo, a racionalidade da execução, a rentabilidade máxima e a economia de meios”, define, assegurando que mesmo assim o estádio que irá abrigar a abertura da Copa do Mundo 2014 será um dos mais modernos do mundo, conceitualmente falando.

Obras avançam em ritmo acelerado na arena de São Paulo, com 675 operários trabalhando em dois turnos

Obra que promete transformar o bairro de Itaquera, na zona leste da cidade de São Paulo, a Arena Corinthians teve um projeto que se adequou ao terreno. “O terreno tem 40 metros de desnível. Então, já havia uma declividade acentuada. Além disso, é um terreno estreito. Isso fez com que o estádio fosse planejado de uma maneira compacta, eliminando uma quantidade monumental de escadas. Do ponto de vista da acessibilidade, ele é muito bom. Todo o setor inferior da arquibancada é acessado sem escadas e na parte superior ficou muito minimizado o uso de escadas”, explica Coutinho, da CDCA Arquitetos.

A concepção da Arena Corinthians contou ainda com a parceria do escritório alemão Werner Sobek, que fez os cálculos estruturais e projetou a tecnologia de sustentabilidade e racionalidade de energia que fará o estádio funcionar. O palco da abertura da Copa do Mundo terá reuso da água da chuva e um sistema de autogeração de energia via células fotovoltaicas aplicadas à fachada. A ventilação também será natural, beneficiando-se da arquitetura do estádio.  “O projeto tem todos os protocolos de um projeto sustentável“, diz Aníbal Coutinho.

Outra inovação do estádio está relacionado ao fato de que ele poderá encolher ou ser ampliado sem a necessidade de se mexer em sua estrutura. Durante a Copa, a Arena Corinthians receberá duas arquibancadas pré-fabricadas, que irão ampliar sua capacidade para 65 mil lugares. Após o mundial, esse equipamentos serão retirados e a capacidade cairá para 48 mil lugares. No entanto, quando quiser promover uma ampliação definitiva, o Corinthians poderá fazê-lo sem afetar a operacionalidade do estádio. “Ele nasce projetado para receber ampliações, ou seja, voltar a crescer para 65 mil lugares na hora em que o clube decidir”, afirma o arquiteto que idealizou o estádio.

Fábrica de concreto

Orçada em R$ 820 milhões, e ocupando uma área de 197.095 m², a Arena Corinthians será construída com concreto pré-fabricado, sendo 80% pré-moldado e 20% moldado in-loco. “Peças como vigas, pilares, lajes e arquibancadas serão todas em pré-fabricado”, conta Coutinho. A Construtora Odebrecht, responsável pela construção do estádio, instalou no canteiro de obras uma fábrica de estruturas pré-moldadas de concreto e já iniciou a produção das primeiras vigas jacaré.

Essas peças com formato denteado irão compor os apoios dos degraus das arquibancadas da futura arena. As primeiras vigas jacarés serão posicionadas sobre os blocos da arquibancada inferior do prédio Leste, onde será instalada parte dos assentos principais. São quatro diferentes dimensões de vigas jacaré, que podem variar de 80 centímetros a três metros de altura, e peso entre três e 50 toneladas. A fábrica de pré-moldados tem área de 7.500 m², onde trabalham 45 pessoas durante o primeiro turno e 15 operários no turno da noite, até às 23h20. Com capacidade para produzir cerca de 30 peças por mês, serão fabricadas, no total, mais de 350 vigas jacaré. A fábrica do canteiro produzirá em torno de 3.000 peças e terá no pico de obras aproximadamente 150 operários. . A estimativa é que o estádio consuma 17.500 m³ de concreto para atingir a capacidade de 48 mil lugares.

Fábrica de estruturas pré-moldadas, instalada no canteiro de obras, já produz 30 peças por mês

Entrevistado
Aníbal Coutinho, sócio da Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetos Ltda. (CDCA Arquitetos), que projetou a Arena Corinthians
Currículo

– Arquiteto e urbanista graduado pela FAU/UFRJ, em 1978
– Leciona na FAU/UFRJ e já atuou como presidente da Asbea/RJ
– Tem uma série de projetos importantes assinados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, em parceria com seus sócios da CDCA Arquitetos
Contato: acoutinho@cdca.com.br

Confira o vídeo de como ficará o estádio:  http://youtu.be/M9sYm-dTRs4

Crédito: Divulgação/Odebrecht

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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