Edifício multifuncional japonês vira case mundial

24 de setembro de 2014

Edifício multifuncional japonês vira case mundial

Edifício multifuncional japonês vira case mundial 1024 680 Cimento Itambé

Torre de 247 metros viabilizou a construção de um túnel que liga anéis viários de Tóquio. Obra passa por dentro do prédio, ajudando em sua estrutura 

Por: Altair Santos

A primeira obra de mobilidade para os jogos olímpicos de 2020, prometida por Tóquio no projeto que a elegeu cidade-sede, já está pronta. Planejada desde 1946, a ligação entre anéis viários da capital japonesa só foi possível graças a uma PPP (Parceria Público-Privada). A união de esforços entre poder público e empreendedores locais permitiu não apenas uma nova rota viária para a cidade, mas também que se erguesse o edifício Toranomon Hills. A construção da torre de 247 metros viabilizou recursos para que fossem feitas as desapropriações necessárias, e também abriu espaço para que um túnel com quase um quilômetro de extensão cruzasse parte de suas estruturas.

Toranomon Hills: empreendimento viabilizou obra urbana que Tóquio reivindicava há quase 70 anos

A obra foi liderada pela Mori Building Corporation, uma tradicional incorporadora e construtora japonesa. Recentemente, o diretor da empresa, Masayoshi Yuge, esteve no 16º seminário sobre tecnologias de estruturas, promovido pelo SindusCon-SP, para relatar os desafios que envolveram o empreendimento. “Curiosamente, este é o caso de um edifício que teve de ser projetado e erguido com a finalidade de viabilizar um anel viário. Era necessário um volume grande de dinheiro para promover desapropriações. A mudança em uma lei local possibilitou que entrássemos no projeto e construíssemos a via expressa e o prédio no mesmo espaço. Chamamos isto de 3D-road system”, explicou o engenheiro japonês.

Nasceu, então, o conceito de um prédio multifuncional, com hotel, áreas corporativas (escritórios e comércio) e residenciais. São 52 andares, mais 5 de subsolo, ocupando uma área construída de 244.360 m². O túnel passa entre o edifício e os 5 níveis de subsolo, que servem como garagem e estacionamento, e também ajuda no reforço estrutural da torre. O projeto do edifício e do complexo viário utilizou estruturas mistas de aço e concreto e deu prioridade à construção industrializada. As obras começaram em 2011 e finalizaram em junho de 2014. Somando o que foi empregado no complexo viário e no prédio, o consumo de concreto chegou a 118 mil m³.

Sistema contra terremotos

Edifício com 247 metros de altura tornou-se case mundial e modelo para futuras PPPs

Masayoshi Yuge revelou no seminário do SindusCon-SP que o Toranomon Hills conta com um sistema que suporta terremotos de até 7 graus na escala Richter. “O prédio tem três tipos de amortecedores contra abalos sísmicos, que trabalham para impedir danos à estrutura. Há amortecedores de óleo, que também funcionam para reduzir o impacto dos ventos; amortecedores de freio e amortecedores deformáveis, que absorvem e dissipam a energia sísmica. Além destes sistemas, um isolante de borracha sobre o túnel evita impacto ao prédio. Mesmo que haja um acidente grave na estrada, os usuários do edifício não vão sentir”, disse o engenheiro-projetista.

O custo da obra ficou em aproximadamente 850 milhões de dólares (cerca de 2,3 bilhões de reais). Além de toda a tecnologia empregada em sua construção, o Toranomon Hills é considerado um case mundial da nova engenharia por promover a requalificação da área que ocupa. O edifício é todo cercado por uma área verde pública. “As ilhas de calor são o grande problema de Tóquio. Temos dado nossa contribuição para mitigar isto”, afirmou Yuge. “Plantamos diversas espécies no terraço e oferecemos educação ambiental. Além disso, guardamos a terra da escavação e a reutilizamos na jardinagem”, concluiu, apostando que o prédio será uma das atrações de Tóquio para as olimpíadas de 2020.

Masayoshi Yuge: engenheiro-projetista não economizou em tecnologias para erguer o Toranomon Hills

Entenda os conceitos que o Toranomon Hills agrega:
http://toranomonhills.com/en/pdf/tomoto_times_v01.pdf
http://toranomonhills.com/en/pdf/tomoto_times_v02.pdf
http://toranomonhills.com/en/pdf/tomoto_times_v03.pdf

Entrevistado
Masayoshi Yuge, diretor da Mori Building Corporation
Contato: http://www.mori.co.jp/en/contact/

Créditos Fotos: Divulgação/Alexandre Ondir/SindusCon-SP

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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