Dubai “imprime” o 1º complexo corporativo em 3D

29 de março de 2017

Dubai “imprime” o 1º complexo corporativo em 3D

Dubai “imprime” o 1º complexo corporativo em 3D 600 387 Cimento Itambé

“Escritório do futuro” mede 250 m² e, entre a impressão e a montagem, levou 17 dias para ficar pronto, ao custo de US$ 140 mil

Por: Altair Santos

Em 2016, o governo de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, criou o primeiro programa de incentivo fiscal para construções que utilizam o sistema de impressão 3D em concreto. À frente da iniciativa está o sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que é engenheiro civil e ocupa o cargo de vice-presidente e primeiro-ministro da cidade-estado. Por determinação dele, criou-se a Dubai Futures Foundation, cuja sede foi construída usando a tecnologia 3D. O organismo tem a função de desburocratizar não só a importação de peças pré-fabricadas, mas também de máquinas. Hoje, o principal parceiro de Dubai nesta iniciativa é a China.

Escritório foi montado em 17 dias, com peças pré-fabricadas em impressora 3D

Escritório foi montado em 17 dias, com peças pré-fabricadas em impressora 3D

Batizada de “escritório do futuro”, a sede da Dubai Futures Foundation foi montada em frente a um dos principais arranha-céus de Dubai: o Emirates Towers. O prédio, com 250 m², é o primeiro complexo corporativo em 3D. Além de concreto, a edificação usa elementos plásticos e de gesso, reforçadas com fibra de vidro. A impressora que construiu as peças foi fabricada na China e mede 20 metros de altura, 120 metros de comprimento e 40 metros de largura. Por se tratar de um protótipo para estimular a tecnologia, o custo da obra ganhou isenções fiscais e seu preço final ficou em US$ 140 mil (cerca de R$ 450 mil).

Uma equipe de 18 pessoas atuou na montagem da edificação, que ficou pronta em 17 dias. Uma pessoa atuou na operação da impressora 3D, outros sete trabalhadores cuidaram da montagem das peças e dez operários compuseram a equipe que atuou nas instalações elétricas e hidrossanitárias. O número de pessoas envolvidas na obra foi 50% menor do que a que seria absorvida em uma construção convencional com a mesma metragem. De acordo com os arquitetos que lideraram o projeto, o emprego da tecnologia 3D também reduziu em 60% o volume de resíduos no canteiro de obras.

Espionagem industrial

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O sucesso da construção levou Dubai a estabelecer uma meta: empregar a tecnologia 3D para construir 25% dos novos escritórios governamentais, até 2030. De olho neste mercado, a startup Cazza Construction, que tem sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos, instalou no começo de 2017 um escritório em Dubai. A empresa é a responsável pelo projeto arquitetônico da Dubai Futures Foundation e, apesar do pioneirismo, vai encontrar concorrência na cidade-estado. Construtoras da Holanda, da China, da Rússia e outras dos Estados Unidos também estão montando escritórios em Dubai.

Segundos os sócios da Cazza Construction, os arquitetos Chris Kelsey e Fernando De Los Rios, a tecnologia 3D para construção já é uma das áreas que mais demanda segurança das empresas envolvidas, pois tem sido alto o índice de espionagem industrial. “Há muito cuidado das empresas que atuam com esta inovação em guardar segredo sobre a evolução das impressoras e também da tecnologia usada para a preparação do concreto que é usado pelas máquinas”, diz Kelsey. De olho no futuro, Dubai quer concentrar o maior número de obras que envolvam esse novo sistema construtivo. O primeiro passo já foi dado.

Entrevistados
Governo de Dubai (via agência governamental de notícias)
Cazza Construction

Contatos
wamnew@eim.ae
http://cazza.co/contact-us/

Crédito Fotos: Government of Dubai

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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