Crowdfunding chega para inovar mercado imobiliário

21 de janeiro de 2016

Crowdfunding chega para inovar mercado imobiliário

Crowdfunding chega para inovar mercado imobiliário 800 665 Cimento Itambé

Consolidada nos Estados Unidos e na Inglaterra, modalidade de financiamento viabiliza construção de edifício na cidade de São Paulo

Por: Altair Santos

Nos Estados Unidos, a terceira torre do World Trade Center é financiada através da modalidade conhecida como crowdfunding. Traduzindo, trata-se de financiamento coletivo ou, mais coloquialmente, a tradicional vaquinha. No mercado imobiliário norte-americano e britânico, o modelo é cada vez mais comum. No Brasil, o VN Cardoso de Mello é o primeiro empreendimento a utilizar o crowdfunding. Para fechar a arrecadação, que obteve 128% do valor inicialmente projetado, o empreendimento aceitou participação individual de investidores, com a cota mínima de R$ 1 mil. Quando o prédio estiver pronto, e com as unidades vendidas, cada cotista terá retorno do investimento de acordo com a valorização de mercado do imóvel.

Paulo Deitos Filho: crowdfunding não é reflexo da crise, mas uma nova alternativa de investimento imobiliário

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A execução do empreendimento é de responsabilidade da construtora e incorporadora VitaCon, que irá erguer o VN Cardoso de Mello na cidade de São Paulo. Para viabilizar o primeiro crowdfunding imobiliário do país, a empresa precisou da autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Para disponibilizar as cotas foi usada a plataforma URBE.ME, criada no Brasil exclusivamente para o setor imobiliário. Através da ferramenta online, indivíduos investem valores a partir de R$ 1 mil em determinado empreendimento e, em troca, adquirem títulos que lhes conferem o direito a uma participação no valor de vendas do imóvel. “O crowdfunding revelou-se uma alternativa consistente para financiar a construção civil”, diz Paulo Deitos Filho, CEO da URBE.ME.

Novo perfil do mercado

Para o executivo, o sucesso do modelo consagra-se através do interesse de outras construtoras e incorporadoras em aderir ao crowdfunding. “Tem mais quatro projetos para captar recursos usando a mesma modalidade”, afirma, descartando que a procura por essa alternativa de financiamento imobiliário tenha a ver com a crise econômica. “O que estamos assistindo é uma mudança de perfil no mercado. Aquele investidor que comprava no pré-lançamento, na planta, para revender o imóvel quando ele ficasse pronto, vai deixar de existir. Surge um novo investidor, que é o que ajuda o incorporador a empreender e a tirar um projeto do papel. A rentabilidade dele vem quando o prédio fica pronto”, completa Paulo Deitos Filho.

Edifício VN Cardoso de Mello: primeiro do Brasil a usar crowdfunding, cuja captação extrapolou o valor inicial do projeto

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Para garantir credibilidade à captação de recursos, a URBE.ME, antes de entrar no projeto da construtora, adota procedimentos de segurança. Entre eles, realizar um checklist na empresa, além de estudar a viabilidade do projeto. “Realizamos um estudo para ver se o projeto será seguro para o investidor e se tem condições de captar via crowdfunding”, explica o CEO do URBE.ME.  No caso do VN Cardoso de Mello, o empreendimento atraiu 177 investidores.  “Nossa tarefa é desenvolver este modelo e permitir que ele se torne uma alternativa de investimento no mercado imobiliário brasileiro. No futuro, pode vir a ser até uma opção de financiamento para programas como o Minha Casa Minha Vida”, projeta o executivo.

Entrevistado
Administrador Paulo Deitos Filho, graduado pela Unisinos-RS e CEO da URBE.ME
Contato: contato@urbe.me

Créditos fotos: Divulgação/VitaCon

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

 

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