Cresce uso de paredes de concreto entre países latinos

Durabilidade e rapidez na execução da obra fazem aumentar adesão ao sistema, principalmente em projetos para casas e prédios habitacionais
21 de junho de 2018

Cresce uso de paredes de concreto entre países latinos

Cresce uso de paredes de concreto entre países latinos 1024 576 Cimento Itambé
Já consolidada no Brasil, tecnologia avança também no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile. Crédito: Divulgação

Já consolidada no Brasil, tecnologia avança também no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile. Crédito: Divulgação

Nos dias 4 e 5 de junho, a cidade de Salvador-BA recebeu o II Congresso Iberoamericano de Habitação. O evento ocorre de três em três anos e abrange as tecnologias construtivas em uso no continente para a construção de casas e edifícios habitacionais. O tema deste ano foi paredes de concreto. O sistema ganha cada vez mais adesão entre os países latino-americanos, por duas razões: durabilidade e rapidez na execução da obra. Já consolidada no Brasil, no que se refere a habitações que atendem o programa Minha Casa Minha Vida, a tecnologia também começa a ser dominante no México, na Costa Rica, na Colômbia, na Bolívia e no Chile.

O evento realizado na capital da Bahia contou com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc). O presidente e o consultor da associação, Jairo Abud e Arcindo Vaquero, lembraram que o sistema de paredes de concreto consolidou-se no Brasil por que a Abesc, em conjunto com a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), fomentou o núcleo Paredes de Concreto, formado em 2007, para unir as empresas do setor e propagar a tecnologia. O objetivo era alcançar o processo de industrialização na construção de moradias, o que parece ter sido atingido.

Atualmente, o núcleo Paredes de Concreto afirma com segurança que o sistema construtivo absorve 20% menos mão de obra, é 30% mais barato e permite construir na metade do tempo consumido pela alvenaria convencional e pela alvenaria estrutural. Não é à toa que o sistema construtivo já é o mais usado no programa Minha Casa Minha Vida. Dados da Caixa Econômica Federal de 2016 revelam que, naquele ano, a tecnologia foi predominante em 52% dos projetos apresentados ao banco para captação de recursos. A adesão às paredes de concreto cresceu rapidamente, já que em 2014 apenas 36% das unidades produzidas com recursos da Caixa utilizavam o sistema.

Experiências bem-sucedidas no Brasil inspiram demais nações do continente

No Brasil, as paredes de concreto ganharam impulso com a ABNT NBR 16475 (Painéis de parede de concreto pré-moldado – requisitos e procedimentos), publicada em março de 2017. A norma técnica adaptou o sistema às exigências da ABNT NBR 15575 (Edificações Habitacionais – Desempenho) melhorando, principalmente, o desempenho térmico e acústico das construções que utilizam a tecnologia. O sistema também ganhou no SINAT (Sistema Nacional de Avaliações Técnicas) dois Datecs (documentação de avaliação técnica) que comprovam e atestam o atendimento aos requisitos da Norma de Desempenho.

As experiências bem-sucedidas do Brasil com as construções em paredes de concreto despertaram o interesse de construtores latino-americanos que estiveram no II Congresso Iberoamericano de Habitação. No evento, todo o conhecimento acumulado pelo núcleo Paredes de Concreto foi repassado aos participantes, como forma de compartilhar a técnica e propagar o método por todo continente. Segundo Ary Fonseca Júnior, coordenador do núcleo, as empresas já perceberam que o sistema parede de concreto é importante para o seu próprio negócio. Por um simples motivo, diz: a tecnologia reflete positivamente no resultado da construtora.

Entrevistado
Reportagem com base nos painéis realizados no II Congresso Iberoamericano de Habitação

Contato
congresovivienda2018@ficem.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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