Crédito habitacional expande e move economia

16 de março de 2009

Crédito habitacional expande e move economia

Crédito habitacional expande e move economia 150 150 Cimento Itambé

Procura por novos financiamentos blinda construção civil e pacote de moradias deve trazer ainda mais luz ao setor

Crédito habitacional expande e move economia

Crédito habitacional expande e move economia

Sem tomar conhecimento da crise, o financiamento habitacional no Brasil experimenta neste início de 2009 uma expansão jamais vista. No 1.º bimestre do ano, foram fechados 94.682 contratos, totalizando R$ 4,2 bilhões. O resultado representa uma evolução de 119% em relação aos valores financiados no mesmo período do ano passado, o que significou um novo recorde para o desempenho do setor.

O cenário positivo tende a tornar-se ainda melhor a partir do anúncio do pacote habitacional que o governo federal lançará neste mês. O plano é construir um milhão de moradias até 2010. Serão beneficiadas famílias com renda entre cinco e dez salários mínimos, que receberão subsídios para custear os financiamentos. Entre eles, a possibilidade de pagar prestações simbólicas de R$ 20 e o direito de começar a quitar as mensalidades somente após receber as chaves da nova moradia.

Diante deste impulso, a Caixa Econômica Federal estima que o ano deve fechar com um crescimento real de, no mínimo, 30% na concessão de créditos imobiliários. Segundo a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, a Caixa, que responde por mais de 50% do crédito habitacional no país, tem verba para atender a demanda. “A captação recorde de poupança no ano passado nos permite ter o volume de recursos necessários”, garante. Ela informa que o banco conta com mais de R$ 90 bilhões para o crédito habitacional.

Só neste ano, os contratos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), as populares cadernetas de poupança, totalizaram R$ 2,4 bilhões no bimestre e financiaram a compra de 54.753 imóveis, o que significa 57,7% do volume total contratado. A Caixa também usou R$ 1,7 bilhão de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o financiamento de 35.959 novas moradias – 59,74% a mais do que as 22.510 unidades contratadas no mesmo período de 2008.

A média diária de contratação, entre janeiro e fevereiro, foi de 2.393 unidades, no valor de R$ 108 milhões, contra média de 1.039 casas e R$ 49,4 milhões em igual período de 2008. “Foi o melhor primeiro bimestre da Caixa em volume de contratação do crédito imobiliário”, comemorou Maria Fernanda Ramos Coelho.

A aposta do governo federal é que o estímulo à compra da casa própria será o trampolim para o Brasil sustentar o crescimento. “O pacote habitacional que iremos lançar terá duplo efeito: combaterá o déficit habitacional e gerará empregos”, resume a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Com informações da Agência Brasil

Crédito habitacional precisa ser desburocratizado

Para o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), seção Curitiba, José Pedro Paes Antunes dos Santos, o pacote habitacional que o governo está prestes a lançar só trará efeitos positivos se vier acompanhado de uma desburocratização no setor. Segundo ele, a obtenção de financiamento habitacional ainda é difícil no Brasil. “Em média, um crédito habitacional leva três meses para ser obtido. Há uma série de exigências a serem cumpridas e uma vasta documentação é pedida. Isso precisa mudar”, diz.

Paes Antunes faz uma comparação com um financiamento para um automóvel. “Há carros que custam mais caro que uma casa, mas, no entanto, o consumidor chega na loja hoje e amanhã recebe as chaves do veículo. É preciso imprimir essa velocidade ao setor das moradias”. Para isso, ele avalia ser necessária uma revisão da política habitacional.

Ainda de acordo com o representante da ABMH, o crédito habitacional embute nos contratos algumas armadilhas, principalmente para a classe média. Por isso, ele defende que, em certos casos, o financiamento deve ser pelo menor prazo possível. “Amortizar parte do valor do imóvel com uma boa entrada é fundamental. Além disso, não comprometer mais do que 30% da renda é essencial”, ensina.

Outra preocupação da ABMH foi trazida à tona em recente carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, intitulado “Problemas dos Mutuários da Habitação”, a associação revela que o Sistema Financeiro Habitacional (SFH) tornou-se uma verdadeira colcha de retalhos. “Existem mais de 300 tipos de contratos de financiamento habitacionais no país, e muitas vezes os mutuários nem sabem o que assinam”, revela. Isso, segundo a entidade, gera inadimplência alta, os famosos “contratos de gaveta” e faz tramitar atualmente na Justiça mais de 450.000 ações de mutuários contra o SFH.

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação.

16 de março de 2009

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