Consumidor brasileiro nunca mais será o mesmo, diz pesquisa

Mudanças detectadas exigiram novo comportamento do varejo, que vê nascer um cliente disposto a não comprar por impulso
12 de abril de 2018

Consumidor brasileiro nunca mais será o mesmo, diz pesquisa

Consumidor brasileiro nunca mais será o mesmo, diz pesquisa 1024 682 Cimento Itambé
Novo perfil do consumidor o aproximou da pesquisa online e da compra online. Crédito: Divulgação

Novo perfil do consumidor o aproximou da pesquisa online e da compra online. Crédito: Divulgação

Segundo recente pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 72% dos consumidores brasileiros mudaram seus hábitos após a crise econômica que atingiu o país entre 2014 e 2017. O mesmo estudo revela que oito em cada dez consumidores – entre aqueles que alteraram seus conceitos – pretendem conservar a nova rotina financeira. As mudanças mais sensíveis estão relacionadas ao consumo de produtos supérfluos, à pesquisa de preços e à busca de promoções. O novo perfil também exigiu um novo comportamento do varejo, que vê nascer outro tipo de cliente: aquele disposto a valorizar seu dinheiro e não comprar por impulso.

A conclusão da pesquisa é que o consumidor brasileiro tornou-se prudente nos gastos, prioriza planejar a compra e aprendeu a controlar seu orçamento. Somente 19% garantem não ter feito alterações em seus hábitos de consumo. As maiores mudanças foram registradas entre os consumidores com idade acima de 30 anos e os pertencentes às classes A e B. Nestes dois grupos, 69% admitiram se tornar mais criteriosos nas compras. Outros 55% reduziram os gastos com lazer, enquanto 54% começaram a fazer pesquisas de preço antes de adquirir um produto. Já 52% ficaram mais atentos às promoções, buscando os preços menores.

Entre as práticas mais comuns, 51% buscaram economizar nos serviços de luz, água e telefone, pensando no valor da conta; 46% adotaram a substituição de produtos por marcas similares mais baratas, 44% passaram a controlar os gastos pessoais e da família e 43% começaram a evitar parcelamentos muito longos. “Cada família encontrou um jeito de lidar com a situação, sempre com o mesmo objetivo: fazer as despesas caberem no orçamento. Em momentos de sufoco financeiro, é importante os consumidores ficarem mais atentos aos gastos com itens supérfluos ou desnecessários e controlarem os gastos pessoais”, avalia a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Foram entrevistadas 805 pessoas acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais. O levantamento ocorreu de 10 a 22 de novembro de 2017 e os dados foram divulgados em fevereiro de 2018.

Compra de material de construção também experimenta novos hábitos

A pesquisa de preços online e a compra pela internet também ficaram mais rotineiras no período de crise, e se consolidaram como hábito do consumidor. No caso do varejo de material de construções, a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) detectou, através de pesquisa realizada pela PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers Brasil), que 53% dos consumidores realizam pesquisa online antes de se dirigir a uma loja física para concretizar a compra. Porém, a venda pela internet ainda não está consolidada entre os consumidores de materiais de construção. Apenas 13% aderiram a essa modalidade de comércio no Brasil.

O mesmo ocorre com as categorias alimentos, móveis, objetos de decoração, onde a maioria ainda prefere visitar a loja física para experimentar, sentir e testar os produtos. No quesito material de construção, outro dado trazido pela PwC Brasil é que 88% dos entrevistados consideram que o nível de conhecimento do vendedor em relação ao produto é importante ou muito importante, assim como a possibilidade de verificar estoque em outras lojas da rede ou online (80%). As ofertas personalizadas (73%) também são valorizadas pelo consumidor do setor. “As tecnologias oferecem ao consumidor mais possibilidades de consumo personalizado, principalmente no comércio eletrônico. O varejo brasileiro tem muito potencial para crescimento e as empresas que apostarem em tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, estarão à frente das demais na oferta de produtos e experiências customizadas”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.

Entrevistados
– Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) (
via assessoria de imprensa)
– PwC Brasil (PricewaterhouseCoopers Brasil )(
via assessoria de imprensa)

Contatos
comunicacao@spcbrasil.org.br
ricardo.neves@br.pwc.com

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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